Indivíduos com familiares diretos diagnosticados com esse tipo de câncer e pacientes com retocolite ulcerativa ou doença de Crohn de cólon devem fazer o acompanhamento rotineiramente para não serem surpreendidos com um diagnóstico de câncer colorretal. Embora a doença apresente alto potencial para prevenção com cuidados com o estilo de vida e a detecção precoce por ações de rastreamento, como a colonoscopia, parte da população ainda tem receio e preconceito em relação ao exame, principalmente os homens, devido à cultura de que partes do corpo não podem ser tocadas.
O médico gastroenterologista Áureo Delgado, professor adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e diretor de Comunicação da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), afirma que todas as pessoas a partir de 45 anos de idade deveriam fazer o exame como check-up e, caso não tenham problemas, devem retornar para seguimento a cada cinco anos. “No entanto, faltam políticas públicas e a colonoscopia não chega a locais remotos e sem recursos”, lamenta. Uma alternativa mais acessível para locais sem disponibilidade de colonoscopia é solicitar ao paciente o exame de sangue oculto nas fezes e, se der positivo, encaminhar para a colonoscopia.
Para o médico Áureo Delgado, o que mais chama atenção em relação a esse tipo de câncer é exatamente a possibilidade de prevenção, pois, normalmente o surgimento começa com um pólipo benigno que tem potencial de se tornar maligno. “A verruga é benigna, mas, se não for retirada, tem a tendência de evoluir com o tempo. Mas não é pouco tempo; estamos falando de 10 a 15 anos. Por isso, é importante retirar esse pólipo assim que descoberto, e isso só é possível por meio da colonoscopia”, alerta. Caso o indivíduo perceba alteração no hábito intestinal, como constipação, diarreia, sangramento e afilamento das fezes, deve procurar o gastroenterologista o mais rápido possível.