De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o risco de hospitalização por vírus sincicial respiratório (VSR) em bebês prematuros, nascidos com até 32 semanas, é 16 vezes maior do que em crianças nascidas a termo. Assim, enquanto nos bebês que nascem com 37 semanas ou mais de gestação a incidência de internação é de 1% a 2%, nos prematuros essa taxa fica entre 8% e 25%. Essa estatística serve de alerta para a importância da prevenção em bebês prematuros. O risco de mortalidade de bebês prematuros também é elevado (de 1% a 4%) enquanto para os bebês nascidos no período normal de gestação o índice é de 0,1%.
O VSR também é o principal agente causador de bronquiolite em bebês de até um ano de idade. Em prematuros, o risco de ocorrer uma bronquiolite como consequência da infecção é de 60%, enquanto os demais bebês têm 30% de chance. Para ajudar na prevenção em bebês prematuros e nascidos a termo é preciso entender que a transmissão acontece de forma similar a outros vírus respiratórios, ou seja, pelo ar, pela tosse ou por meio de superfícies.
A médica neonatologista Silmara Aparecida Possas, gerente das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Pequeno Príncipe, no Paraná, explica que a principal forma de prevenir infecções graves e hospitalizações pelo VSR em prematuros é por meio do uso de anticorpo monoclonal. O tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para bebês considerados de maior risco.
De acordo com a médica, a bronquiolite causada por VSR é a principal causa de internação de prematuros, que lotam as UTIs neonatais de todo o País. “A infecção pode ser causada por vários vírus, mas uma ação direta precisa ser realizada contra o VSR para esse público. Esse anticorpo monoclonal é fundamental para salvar vidas e garantir uma sobrevida com qualidade, sem risco de infecções respiratórias prolongadas e internamentos”, acentua.
Índices crescentes
O Brasil está entre os 10 países com mais nascimentos prematuros no ranking mundial. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cada 10 minutos, seis bebês prematuros nascem no País, o que corresponde a mais de 340 mil casos por ano. Dentre os motivos que levam ao nascimento prematuro estão infecções da gestante, miomas, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia (ver abaixo). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no mundo, mais de um milhão de bebês percam a vida todos os anos por causas relacionadas à prematuridade.
Como a prevalência de nascimentos prematuros tem aumentado nas últimas décadas, a vacinação desses bebês torna-se uma prioridade em saúde pública.
Em geral, os prematuros precisam adquirir pelo menos dois quilos para receber as primeiras vacinas. A partir disso, o calendário vacinal deve ser seguido normalmente. Alguns pais confundem a idade gestacional com a cronológica, mas o correto é seguir o cronograma de imunização considerando a idade a partir da data do nascimento da criança.
Principais complicações que podem levar à prematuridade
- Infecções
- Insuficiência istmocervical (abertura do colo do útero)
- Colo do útero curto
- Partos prematuros anteriores
- Rotura prematura da bolsa
- Tabagismo
- Miomas
- Gravidez de múltiplos
- Descolamento prematuro da placenta
- Diabetes gestacional
- Pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial na gravidez)
- Alterações clínicas na gestante ou no feto que necessitem de interrupção antes do tempo esperado