A catarata é caracterizada pela perda de transparência do cristalino – a lente natural dos olhos que possibilita o foco da visão em diferentes ângulos. Conforme a idade avança, as fibras do cristalino aumentam de espessura e de diâmetro, provocando problemas na visão. No entanto, se a catarata não for tratada pode levar à perda da visão definitiva. De evolução lenta, com o tempo a lente natural perde elasticidade e fica opaca até o ponto que o indivíduo passa a enxergar apenas vultos e luzes. O único tratamento efetivo para essa condição é cirúrgico. Realizada por meio de uma técnica segura e eficiente, a cirurgia corretiva substitui o cristalino por uma lente intraocular que traz de volta a visão normal.
Com rápida recuperação, o indivíduo pode retomar as atividades cotidianas em apenas uma semana. A única recomendação é tomar certos cuidados nos primeiros dias após o procedimento como, por exemplo, evitar esforços físicos ou abaixar a cabeça e utilizar óculos de sol para se proteger da claridade. Além disso, é importante aplicar os colírios receitados pelo médico para afastar o risco de inflamação. “Simples, rápido e sob anestesia local, o procedimento denominado facectomia consiste na substituição do cristalino danificado por uma lente intraocular que recupera a função perdida e corrige os problemas de visão”, descreve a médica oftalmologista Tatiana Tanaka, do Centro de Referência em Saúde Ocular do Hospital Japonês Santa Cruz (HJSC), em São Paulo.
Os sinais da doença incluem visão nublada ou dupla e sensibilidade à luz. Além disso, a visualização de cores, antes brilhantes, ficam desbotadas ou amareladas, assim como há necessidade de mais iluminação para uma leitura e outras atividades. “Com o diagnóstico clínico é possível verificar se o cristalino possui alguma lesão e identificar a catarata, o tratamento, exclusivamente, cirúrgico é indicado”, acentua a médica. Embora o envelhecimento do cristalino ocorra com todos os indivíduos em algum momento da vida, para alguns a probabilidade de desenvolver a doença é maior.
Isso ocorre devido à genética ou por fatores de risco, a exemplo da exposição à luz ultravioleta, uso de álcool, tabaco e corticoides sistêmicos, além de baixo controle da glicose no sangue. “Diante disso, é recomendável realizar visitas regulares com o especialista, principalmente a partir dos 40 anos. Na consulta, o médico fará exames periódicos que possibilitam a detecção precoce da catarata e de outras doenças oculares”, orienta a médica Tatiana Tanaka.
Diferentes tipos
Existem diferentes tipos de catarata, que correm de acordo com a causa associada. A mais comum é a senil, em que a opacidade do cristalino ocorre em consequência de alterações bioquímicas relacionadas à idade. “Com maior incidência na população acima de 50 anos, essa manifestação é considerada um processo normal de envelhecimento”, comenta a médica. Os outros tipos são a congênita/adquirida, que é rara. Nesse caso, a criança já nasce com catarata como consequência de doenças sofridas pela mãe na gestação, a exemplo de rubéola e toxoplasmose. Além disso, há a catarata traumática resultante de algum acidente com o olho; diabética, com início precoce e rápida perda visual; e a medicamentosa, relacionada principalmente ao uso prolongado de corticoides.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65,2 milhões de pessoas no mundo desenvolvem catarata em algum momento da vida, sendo responsável por 51% dos casos de cegueira. No Brasil, estimativas da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) apontam cerca de 550 mil novos casos diagnosticados anualmente, a maioria em pessoas com mais de 50 anos.