Os programas de reabilitação intestinal mantêm equipe multidisciplinar que atua conjuntamente, somando competências para ajudar o paciente a melhorar seu estado nutricional, alimentar-se por via oral, recuperar a função intestinal e conquistar a saúde física e emocional. Os pais e a equipe de profissionais responsável pelo atendimento domiciliar também passam por treinamento para garantir que a criança tenha os cuidados adequados em casa quando começa a transição para a nutrição parenteral domiciliar. Além disso, a casa precisa estar preparada para receber a criança em um ambiente seguro, limpo e organizado, com água corrente, eletricidade confiável e espaço suficiente para os dispositivos.
No Brasil, existem poucos centros especializados em reabilitação intestinal, o que dificulta o acesso principalmente na rede pública. Para ampliar o alcance e oferecer atendimento personalizado, o projeto Transplantar – iniciativa do Hospital Sírio-Libanês em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) – atende crianças de todo o Brasil encaminhadas pelo SUS.
“Temos uma unidade exclusiva, inaugurada em 2018, para pacientes com insuficiência ou falência intestinal no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, que já assistiu 80 crianças do sistema de saúde público. Atualmente, além dos pacientes internados, 45 foram desospitalizados e recebem tratamento domiciliar com diferentes graus de autonomia nutricional”, destaca o cirurgião Rodrigo Vincenzi. Esse trabalho muda a vida dos pacientes que, na ausência de cuidado especializado, morrem ou ficam internados por muitos anos, levando uma vida restritiva e exposta a infecções recorrentes, quadros sépticos e longas permanências em Unidade de Terapia Intensiva. O projeto tem sido utilizado para difundir treinamentos e parceria com outros hospitais para que novos centros sejam inaugurados pelo Brasil, possibilitando que mais crianças tenham tratamento mais próximo de casa.