Os exercícios físicos ganham cada vez mais destaque quando o assunto é cuidar da saúde e prevenir doenças. Um estudo coordenado pela Universidade de Harvard e publicado na revista científica de cardiologia Circulation, evidencia que a prática regular de atividade física pode exercer influência sobre os riscos de mortalidade por doenças cardiovasculares. De acordo com o estudo, essa redução pode chegar a 36% conforme a intensidade e quantidade dos exercícios.
Segundo a médica cardiologista Amanda Gonzales, do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, é importante entender que atividades físicas e exercícios físicos são conceitos diferentes. “A atividade física está associada às tarefas do dia a dia, como limpar a casa ou caminhar até o mercado”, afirma. E estas são práticas que já trazem benefícios à saúde. No entanto, os exercícios físicos são atividades mais estruturadas e que exigem preparo e volume definidos. Dessa forma, são imprescindíveis para complementar a movimentação do corpo.
O tipo, volume e a intensidade dos exercícios físicos devem ser adaptados para cada pessoa e, em situações especiais, sempre com a ajuda de um profissional. “Uma gestante, por exemplo, pode realizar exercícios aeróbicos para controle da pressão arterial e glicose, assim como exercícios de fortalecimento da pelve para ajudar na hora do parto”, exemplifica a médica. Já os idosos precisam manter a massa muscular para reduzir o risco de queda. Para isso, devem praticar exercícios de fortalecimento muscular e de equilíbrio, além dos aeróbicos.
Benefícios para todos
Dentro dos exercícios, os que mais impactam no risco de mortalidade por doenças cardiovasculares são os aeróbicos, ou seja, aqueles que aumentam a frequência cardíaca e a respiração. Atualmente, é indicada a prática semanal de, pelo menos, 150 minutos de aeróbicos. Entre as opções estão caminhada, corrida, natação, dança e andar de bicicleta.
“Estudos recentes têm demonstrado a importância da realização de exercícios de fortalecimento muscular tanto para a saúde cardiovascular quanto para manutenção da força muscular”, pontua a cardiologista. Caso a pessoa tenha algum tipo de cardiopatia, como insuficiência cardíaca, os exercícios físicos precisam ser recomendados como um remédio. Assim, a prática deve ser receitada pelo médico, que dará as recomendações para que seja realizada com total segurança.
Além disso, a avaliação médica é fundamental para indivíduos com outros fatores de risco e desejam iniciar uma rotina de exercícios. Entre os exemplos estão hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo ou histórico familiar de infarto ou derrame. De acordo com a médica, para manter a saúde do coração também é preciso evitar o tabagismo e o consumo de álcool. Ademais, gerenciar o estresse, ter controle do peso, melhorar a qualidade do sono e usar corretamente as medicações ajuda muito.
