A classificação do lipedema é feita conforme a área atingida. Assim, o tipo 1 tem relação com a região de glúteos e quadril; o 2 vai do quadril ao joelho, pegando toda a coxa; o tipo 3 acomete os membros inferiores inteiros, da coxa ao tornozelo; o 4 atinge membros superiores, como braço e antebraço; e o tipo 5 vai do joelho para baixo. Além disso, há uma classificação por estágio: 1, quando há aumento de volume dos braços e das pernas; 2, quando surgem nódulos de gordura; 3, quando há lesão e flacidez na pele; e estágio 4, o mais avançado, quando a paciente apresenta lesão no sistema linfático.
Ainda não há um tratamento específico ou medicamento para o lipedema. Por isso, os especialistas recomendam dieta balanceada que ajuda a diminuir a inflamação e os sintomas. Dentre as orientações estão evitar alimentos processados e ricos em sódio que causam retenção de líquido, aumentando o inchaço, e eliminar o açúcar e os carboidratos refinados que desencadeiam dores nas pernas. As gorduras saturadas e trans também são gatilhos para a dor aparecer. “Quem ingere álcool aumenta o volume de urina e pode ficar desidratado, fazendo o corpo reter mais líquidos e aumentar o inchaço. Já a cafeína altera a sensibilidade, causando formigamento e dor, enquanto alimentos inflamatórios, como queijos, margarina, leite e glúten, podem elevar o processo de inflamação”, alerta o cirurgião vascular Armando Lobato.
Os especialistas também indicam a prática constante de atividade física. Como o lipedema, muitas vezes, está associado à frouxidão ligamentar de joelhos e tornozelos, são aconselhadas atividades de baixo impacto como, por exemplo, exercícios aeróbicos, fortalecimento muscular, alongamento e atividades aquáticas. A fisioterapia também é importante no manejo clínico da doença. Técnicas como drenagem linfática e exercícios terapêuticos, aliados ao uso constante de meias elásticas ou enfaixamento compressivo, melhoram o inchaço, a fibrose, a celulite e a dor e, consequentemente, controlam a inflamação. O tratamento envolve um trabalho com equipe multidisciplinar composta de nutricionistas, endocrinologistas, cirurgiões vasculares, fisioterapeutas e cirurgiões plásticos, caso a paciente não tenha sucesso com dieta e atividade física. “Ao abordar o tratamento estamos falando de melhorar o bem-estar das pacientes. Dessa forma, são muitos os benefícios alcançados, tanto que 86% das mulheres reportam qualidade de vida, 94% falam da melhora da mobilidade e 100% sentem redução de volume nas pernas”, reforça o cirurgião plástico Fábio Kamamoto.•