A ultrassonografia endobrônquica (EBUS) é uma técnica de imagem avançada que combina broncoscopia com ultrassonografia. Esse exame minimamente invasivo permite uma visualização detalhada das vias respiratórias, dos linfonodos mediastinais e das estruturas próximas ao pulmão. Frequentemente utilizado para obter amostras de tecido (biópsias), até então acessíveis somente por cirurgias mais invasivas, essa ferramenta é essencial para o diagnóstico e a determinação do estágio de diversas condições pulmonares.
De acordo com o cirurgião torácico Marcelo Manzano Said, do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), a ultrassonografia endobrônquica é um importante avanço em relação às técnicas tradicionais. “Enquanto a broncoscopia convencional permite a visualização direta das vias aéreas internas e das superfícies pulmonares, o EBUS oferece uma visão guiada por ultrassom das estruturas ao redor dos brônquios”, explica. Isso significa que, através da ferramenta, é possível visualizar e avaliar regiões fora do alcance como os linfonodos mediastinais e as paredes dos brônquios.
Indicações
O procedimento envolve a inserção de um broncoscópio flexível (tubo fino com uma câmera na ponta) equipado com uma sonda ultrassônica, que entra pela boca ou nariz, passando pela traqueia até chegar aos brônquios. Segundo o cirurgião torácico José Seabra, também da equipe do Vera Cruz Hospital, o ultrassom acoplado permite ao médico visualizar estruturas fora dos brônquios e coletar material por meio de punções. “O diagnóstico a partir da amostra coletada pode, em alguns casos, ser realizado imediatamente com o uso da chamada biópsia de congelação”, observa. No entanto, como o volume de material costuma ser significativo, uma análise laboratorial completa é necessária para confirmação.
As indicações para a realização do EBUS abrangem diversas situações clínicas. Por exemplo, a técnica é frequentemente utilizada para o diagnóstico de câncer de pulmão, através da coleta de amostras de tecido de nódulos pulmonares ou linfonodos mediastinais aumentados, auxiliando na confirmação do diagnóstico. Além disso, serve para determinar o estágio da neoplasia, identificando se houve disseminação para os linfonodos mediastinais e para avaliação de nódulos pulmonares de origem desconhecida. Ademais, é possível fazer um exame de linfonodos mediastinais aumentados e avaliação de complicações pulmonares, entre outros. De acordo com a prática clínica, também pode ser usado para o diagnóstico de tuberculose, através da coleta de amostras de tecido em casos suspeitos.
Benefícios
Além do menor risco de sangramento e complicações, o EBUS aumenta a precisão do diagnóstico, fornecendo informações essenciais para definir o estágio da doença e a melhor escolha de tratamento. O cirurgião comenta, ainda, que o método pode ser comparado à mediastinoscopia. Este procedimento cirúrgico mais invasivo permite a visualização do interior do mediastino, que fica entre os pulmões. No entanto, tem como desvantagem mais riscos e maior tempo de recuperação.
