Mulheres com predisposição genética para câncer

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Cirurgias preventivas para câncer na mulher

Escrito por: Elessandra Asevedo

No Brasil, a cada ano, cerca de 100 mil mulheres são diagnosticadas com algum tipo de câncer. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2023, foram diagnosticados 73.610 casos de câncer de mama feminino. É possível destacar o de ovário e de útero, além de mama, cuja incidência pode ser aumentada em mulheres com predisposição genética. O câncer ginecológico representa uma preocupação significativa para a saúde pública.

Buscando cuidar da saúde e antever complicações que possam afastá-las das atividades cotidianas ou até mesmo colocar suas vidas em risco, as mulheres procuram alternativas. Diante desse cenário, as cirurgias preventivas surgem como uma estratégia eficaz para reduzir o risco de câncer ginecológico em mulheres com predisposição genética.

Por exemplo, a cirurgia chamada de salpingo-ooforectomia bilateral profilática envolve a remoção preventiva das trompas de Falópio e dos ovários para mulheres que nasceram com predisposição genética. De acordo com a médica cirurgiã oncológica Audrey Tsunoda, do HCor, por ser realizada a partir de técnicas minimamente invasivas, a intervenção pode reduzir o risco de câncer de ovário em até 80%. Além disso, reduz em 33% os problemas de endométrio, que podem ser uma porta de entrada para um câncer ginecológico.

“Embora as cirurgias preventivas possam reduzir substancialmente o risco de câncer ginecológico em mulheres com predisposição genética, elas não estão isentas de riscos e complicações”, alerta a médica. Assim, podem ocorrer problemas de cicatrização, queda de produção hormonal, hematomas e, às vezes, infecções.

Câncer de mama

Estudos indicam que mulheres que nasceram com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 têm um risco aumentado de 70% a 80% de desenvolver câncer de mama, assim como um risco significativamente elevado de desenvolver câncer de ovário. A mastectomia bilateral profilática (retirada das mamas), por exemplo, pode reduzir o risco de desenvolver câncer de mama em até 90%.

A mastectomia com redução de risco (MRR) é a intervenção mais eficaz para diminuir a chance de ter a doença, assim como a necessidade de passar por quimioterapia. Em casos em que o câncer de mama foi diagnosticado em estágio inicial, uma opção a ser considerada é a crioablação, um procedimento minimamente invasivo que utiliza temperaturas baixíssimas para enfraquecer as células cancerígenas.

De acordo com a médica, essa técnica é bastante conhecida para tratar câncer de pulmão e de rim, mas também pode ser uma ótima saída para o câncer de mama. Ademais, é importante lembrar que as mulheres que optam por cirurgias preventivas geralmente passam por um acompanhamento médico rigoroso e especializado, o que pode facilitar a detecção precoce de qualquer recorrência de câncer ou outras condições de saúde. “Tudo o que queremos é devolver a essas mulheres uma vida com mais qualidade, menos dor e necessidade de um tratamento agressivo. Se podemos tratá-las com humanização, colocaremos todos os nossos esforços em promover o melhor cuidado possível”, acentua.

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