Outro estudo clínico avaliou a ação do L. casei Shirota na diversidade da microbiota intestinal e no alívio da disfunção abdominal de estudantes de Medicina saudáveis sob estresse, que iam prestar um importante exame nacional para promoção acadêmica. O experimento duplo-cego, placebo controlado e em grupo paralelo foi conduzido para examinar o efeito de um leite fermentado contendo L. casei Shirota na disfunção abdominal induzida pelo estresse como parâmetro primário, bem como em estado psicofísico, marcadores salivares de estresse, alterações da expressão gênica em leucócitos periféricos e do sequenciamento de genes amplicons 16S rRNA da microbiota intestinal. As amostras incluíram leite fermentado contendo 1011 UFC por frasco de 100ml de L. casei Shirota, e placebo.
Um total de 49 estudantes (27 do sexo masculino e 22 do sexo feminino) participou do experimento e consumiu um frasco de leite fermentado com L. casei Shirota ou placebo diariamente, durante oito semanas, até o dia anterior ao exame. O estudo foi composto por um período de pré-intervenção de duas semanas, intervenção de oito semanas e pós-intervenção (período pós-exame) de duas semanas, e todos cumpriram as restrições alimentares para evitar o consumo de outros leites fermentados, iogurte, bebidas contendo bactérias láticas e produtos com probióticos ou prebióticos. Os participantes responderam a um questionário para avaliar desconforto abdominal, sensação de evacuação incompleta, distensão abdominal, esforço durante o movimento intestinal e dor gástrica, com pontuação para cada sintoma, em todas as semanas do experimento. A disfunção gastrointestinal foi avaliada utilizando a versão japonesa da Escala de Avaliação de Sintomas Gastrointestinais (GSRS), e cinco subescalas foram analisadas a cada duas semanas durante o período experimental: síndrome de refluxo ácido, síndrome de dor abdominal, síndrome de indigestão, síndrome de diarreia e síndrome de constipação.
Em comparação ao grupo controle, o resultado mostrou que o consumo diário de L. casei Shirota reduziu significativamente a disfunção abdominal, a medida de sensação de estresse e as alterações da expressão gênica, e preservou o índice de diversidade alfa da microbiota intestinal. No grupo placebo, a pontuação de estado de ansiedade, o marcador da sensação de estresse e o nível de cortisol na saliva aumentaram em pico um dia antes do exame. “O aumento do nível de cortisol salivar também foi suprimido no grupo L. casei Shirota, mostrando que uma ação direta da cepa sobre as respostas ao estresse pode estar envolvida no alívio da disfunção gastrointestinal em estudantes de Medicina saudáveis expostos ao estresse acadêmico”, afirmam os autores. O resultado também revelou que o número de espécies da microbiota, observado como uma medida do índice de diversidade alfa, foi significativamente maior no grupo L. casei Shirota em relação ao placebo antes do exame acadêmico, embora fosse semelhante entre os grupos no período anterior à intervenção com a cepa da Yakult.
Qualidade do sono
Um dos sintomas da exposição ao estresse psicológico é o distúrbio do sono. O Lactobacillus casei Shirota também mostrou um efeito significativo na manutenção da qualidade do sono durante um período de estresse crescente em ensaios duplo-cegos, randomizados e controlados por placebo direcionados a esses estudantes de Medicina. Registros noturnos de eletroencefalograma mostraram que os índices de sono profundo foram mantidos mais altos no grupo Lactobacillus casei Shirota em relação ao grupo placebo durante a intervenção, indicando que a cepa ajudou a manter a percepção de satisfação com o sono sob condições estressantes. O estudo ‘Fermented milk containing Lactobacillus casei strain Shirota preserves the diversity of the gut microbiota and relieves abdominal dysfunction in healthy medical students exposed to academic stress’ foi publicado em 2016 na Applied and Environmental Microbiology (31;82(12):3649-58).