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Biópsia hepática

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Método melhora diagnóstico de doença do fígado

Escrito por: Elessandra Asevedo

A doença hepática esteatótica é um problema de saúde global que necessita de melhores vias de diagnóstico. A prevalência crescente de enfermidade associada à disfunção metabólica (MASLD), assim como da esteato-hepatite associada à disfunção metabólica (MASH), representa um ônus crescente para a saúde. O padrão de referência para avaliar a gravidade da MASLD é a biópsia hepática, que é cara e invasiva. Além disso, o exame tem limitações como variabilidade de amostra, dor, sangramento e risco de infecção.

A abordagem diagnóstica alternativa que usa testes não invasivos e medição da rigidez hepática também tem limitações, incluindo especificidade para apoiar a estratificação e o monitoramento da doença. Por isso, pesquisadores europeus afirmam que desenvolver ferramentas diagnósticas não invasivas para substituir a biópsia hepática é urgentemente necessário.

Por isso, os cientistas realizaram um ensaio clínico randomizado para investigar a relação custo-efetividade da inclusão da ressonância magnética multiparamétrica (mpMRI) no tratamento de adultos com suspeita de MASLD. “A intenção era avaliar o uso da mpMRI como teste diagnóstico padronizado para doença hepática em diversos países”, descrevem.

Para o estudo, os pesquisadores compararam o número de consultas médicas e a velocidade do diagnóstico. Além disso, avaliaram se o custo de adicionar uma ressonância magnética se justificaria pela melhoria na qualidade de vida dos pacientes na Alemanha, Holanda, em Portugal e Reino Unido. Assim, entre 2017 e 2020 foram recrutados 802 pacientes de 10 centros clínicos destes países, que tinham entre 18 e 75 anos e deveriam ser submetidos à avaliação por suspeita de MASLD.

Protocolo

O protocolo de escaneamento mpMR foi testado em todas as varreduras de ressonância magnética nos centros incluídos no projeto. Todas as imagens foram obtidas em um período de 15 minutos usando uma varredura de ressonância magnética abdominal sem contraste, seguindo o protocolo de aquisição de imagem LiverMultiScan. “Também foi avaliada a proporção de pacientes que necessitaram de consultas clínicas adicionais e a proporção de pessoas que obtiveram um diagnóstico durante o período do estudo”, descrevem os autores.

Os pesquisadores determinaram, ainda, o impacto do custo do uso de mpMRI em comparação ao padrão de tratamento atual. Para isso, examinaram as diferenças nos tipos e na magnitude do uso de recursos de saúde para diagnóstico, o custo das consultas com profissionais da saúde e a proporção de biópsias evitáveis ​​realizadas em pacientes de baixo risco.

Alternativa segura

Os resultados mostraram que o uso da ressonância magnética é uma abordagem diagnóstica alternativa mais segura e indolor que pode ajudar os médicos a diagnosticar mais pessoas com menos consultas. “Com isso, será possível evitar biópsias e aumentar a taxa de diagnóstico sem qualquer uso adicional de recursos de saúde relacionados ao fígado, tornando-se uma opção econômica”, argumentam.

De acordo com os pesquisadores, esses resultados são importantes porque mostram que o uso da ressonância magnética é acessível e eficaz o suficiente para ser recomendado, pois pode tornar o diagnóstico de doenças hepáticas mais rápido, preciso e menos invasivo. “Afinal, o uso generalizado de ferramentas não invasivas pode auxiliar na otimização do caminho clínico da doença hepática associada à disfunção metabólica”, resumem.

Além disso, a ferramenta poderá melhorar o manejo do paciente, fornecendo cuidados de saúde clinicamente eficazes em indivíduos com suspeita de MASLD. O estudo ‘Utility and cost-effectiveness of LiverMultiScan for MASLD diagnosis: a real-world multi-national randomised clinical trial’ foi publicado em março de 2025 no Communications Medicine.

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