A trombose venosa profunda é uma condição de saúde grave, caracterizada pela formação de coágulos (trombos) que bloqueiam os vasos. Assim, esses trombos prejudicam o fluxo sanguíneo e causam inchaço e fortes dores na região das pernas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) estima-se que, no Brasil, sejam diagnosticados 60 casos para cada 100 mil habitantes. Com ocorrência mais frequente após procedimentos cirúrgicos, quando não identificada e tratada precocemente a trombose pode levar a complicações severas, a exemplo da embolia pulmonar.
De acordo com o cirurgião plástico Luís Maatz, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o risco de trombose venosa profunda é mais comum no período pós-cirúrgico. “Nesta fase o risco é maior, pois o paciente necessita de repouso, fica com a mobilização reduzida e, consequentemente, tem sua circulação sanguínea diminuída”, explica. Entretanto, a chance de desenvolver trombose venosa profunda é maior quando há fatores de risco associados. Dentre os exemplos estão o uso de anticoncepcional, histórico familiar, tabagismo, obesidade, sedentarismo, doenças genéticas ou autoimunes.
A condição pode ser assintomática. Entretanto, é preciso estar alerta a sintomas como dor intensa, vermelhidão, inchaço e aumento de temperatura ao longo da perna, respiração curta e rápida e palpitações. Ainda que o risco seja maior nas 48 horas após o procedimento cirúrgico a recomendação é ficar atento por mais 15 a 20 dias, período em que ainda pode surgir a trombose. Na presença de sintomas é preciso buscar ajuda rápida. “Quando os coágulos se desprendem das veias podem atingir órgãos vitais, em particular os pulmões, causando o tromboembolismo pulmonar e podendo gerar complicações potencialmente graves”, alerta o especialista.
Diagnóstico
O diagnóstico da trombose consiste em exame clínico, com base nos sintomas do paciente. Além disso, pode incluir exames laboratoriais e de imagem, a exemplo de ultrassonografia, venografia, eco color doppler, tomografia e ressonância magnética. O médico comenta que, uma vez fechado o diagnóstico, o tratamento para impedir o crescimento do coágulo sanguíneo e impossibilitar que avance para outras áreas do corpo é imediato. A terapêutica farmacológica adotada depende do quadro do paciente.
Recomendações
- Antes da cirurgia – A primeira consulta pré-cirúrgica é fundamental para que o médico faça uma triagem completa, obtendo todas as informações necessárias sobre o paciente. Isso inclui histórico de saúde e familiar, hábitos de vida, doenças pré-existentes, cirurgias anteriores e uso de medicamentos, entre outras questões. Além disso, devem ser realizados todos os exames pré-operatórios para excluir riscos potenciais.
- Pernas elevadas e massageadas – No pós-cirúrgico é recomendado elevar as pernas um pouco acima da altura do corpo, colocando sobre travesseiros ou almofadas. Além disso, utilizar técnicas de massagem é uma boa opção, pois são muito eficientes para evitar que o sangue fique estagnado nas pernas e circule melhor.
- Movimentação – Ainda que o repouso pós-operatório seja necessário para melhor recuperação e cicatrização, manter o corpo em movimento é fundamental. Pequenas caminhadas dentro de casa, ao longo do dia, são importantes para evitar a formação de coágulos e para favorecer o funcionamento intestinal.
- Compressão – O uso de meias elásticas de compressão, por pelo menos 10 dias após a cirurgia, é fundamental. Além de manter as pernas saudáveis, promovem a circulação sanguínea e previnem a formação de coágulos.
- Medicação – Após a cirurgia, o médico pode receitar medicamentos anticoagulantes. Certifique-se de seguir as instruções médicas rigorosamente e tomar os medicamentos conforme prescrição.
- Hidratação – Beber bastante água é fundamental para a circulação sanguínea adequada, uma vez que a desidratação pode aumentar o risco de trombose.
- Alimentação saudável – Uma dieta rica em frutas, legumes e fibras pode melhorar a saúde vascular.
- Peso saudável – O excesso de peso pode dificultar o fluxo sanguíneo, aumentando o risco de trombose.