Caracterizada pela perda progressiva da densidade óssea, a osteoporose é uma doença metabólica que torna os ossos mais frágeis. Com isso, aumenta o risco de fraturas, especialmente em idosos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas por essa condição. No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde apontam que cerca de 15 milhões de brasileiros tenham osteoporose. Silenciosa, é mais comum em mulheres depois da menopausa apesar de afetar pessoas de ambos os sexos.
A osteoporose é causada principalmente pela redução nos níveis do hormônio estrogênio, que faz com que o depósito de minerais e cálcio não ocorra com a mesma efetividade, tornando os ossos mais frágeis. Entre os fatores de risco que predispõem a perda da densidade óssea estão a baixa ingestão de cálcio, magnésio e vitamina D; sedentarismo, diabetes, tabagismo, consumo de álcool, artrite e história familiar de osteoporose, particularmente com fratura de quadril parental, entre outros.
De acordo com o médico geriatra Fabiano Latrilha, do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), a maior prevalência em pacientes do sexo feminino ocorre por causa da diminuição de hormônios. “Nos primeiros 10 anos após a menopausa, especialmente nas mulheres sedentárias, existe uma mudança drástica nos níveis do hormônio estrogênio que é o responsável por estabilizar o metabolismo ósseo”, descreve. Assim, a diminuição hormonal gradual interfere na incorporação do cálcio, tornando os ossos mais frágeis. Já nos idosos, o desenvolvimento da doença acontece paralelamente ao envelhecimento.
Assintomática
Na maioria dos casos a doença é assintomática. “O paciente só descobre a condição depois de sofrer uma fratura, seja ao realizar movimentos simples ou ao sofrer quedas de alturas baixas”, comenta o geriatra. Entretanto, alguns sinais comuns podem se manifestar, como diminuição da força para segurar e levantar objetos, dor crônica nas costas e no pescoço, redução da altura corporal, formigamento nas pernas, restrição de mobilidade, ossos ou membros que ficam deformados (tortos) e perda de qualidade de vida.
Para evitar o diagnóstico tardio dessa perda progressiva da densidade óssea, o médico recomenda que pacientes que se enquadrem nos critérios de rastreamento procurem ajuda médica precocemente. “Dessa forma, poderão iniciar o tratamento antes da primeira fratura para evitar o risco de maiores impactos, especialmente na qualidade de vida”, avalia. O diagnóstico é realizado por meio de exames, a exemplo da densitometria óssea.
Tratamento gerencia riscos
Apesar de não ter cura, a osteoporose pode ser tratada e gerenciada para reduzir o risco de fraturas, retardar a perda de massa óssea e fortalecer os ossos. O tratamento envolve o uso de medicamentos como, por exemplo, os bifosfonatos que previnem a diminuição da densidade mineral óssea; os moduladores seletivos dos receptores de estrogênio, doses complementares de cálcio e Vitamina D. Além disso, os riscos podem ser reduzidos com medidas preventivas. “É importante ressaltar que mulheres que entraram na menopausa devem consultar um médico para explorar as possibilidades de tratamento para reposição hormonal e, consequentemente, para prevenção da perda da densidade óssea”, orienta.
Previna-se!
- Pratique exercícios físicos regulares (inclusive dança e musculação), com orientação de um especialista
- Adote de uma dieta equilibrada e rica em cálcio
- Mantenha os níveis adequados de vitamina D, expondo-se ao sol de forma moderada
- Não fume
- Evite o consumo excessivo de álcool, assim como gorduras, refrigerante, café e sal