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Processo de adoção

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Adoção e a importância da adaptação no novo lar

Escrito por: Fernanda Ortiz

O processo de adoção envolve acolhimento, respeito, dedicação, paciência e cuidado emocional frente às mudanças, especialmente quando envolve crianças pequenas. O período de adaptação requer a construção de um ambiente de convivência afetuoso e seguro, fundamental para a formação de laços e para o pleno desenvolvimento da criança. Sem pressões, esse processo precisa ocorrer de forma fluida, permitindo que o recém-integrante se habitue gradualmente com a nova família e o novo lar.

De acordo com o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil André Ceballos, o processo de adoção é marcado por intensa formação de conexões cerebrais e aprendizado de comportamentos sociais básicos. “A criança pequena precisa de estabilidade, previsibilidade e afeto para se desenvolver de forma saudável na nova família”, observa. Portanto, é fundamental respeitar o período de adaptação. Além disso, é preciso evitar sobrecargas emocionais, criando um ambiente de acolhimento para a construção gradual de vínculos afetivos.

Rotina é fundamental

Crianças em fase de desenvolvimento recém-inseridas em novos lares necessitam, especialmente, de rotina. Para o médico, que é diretor técnico do Hospital São Francisco, em São Paulo, é preciso integrar a criança na rotina familiar – mesmo que o período de adaptação seja uma fase delicada. “Estabelecer horários para comer, dormir, brincar, passear e tomar banho faz com que a criança crie um senso de segurança, confiança e organização com os novos pais”, ressalta. Ao ser inserida nas atividades cotidianas de forma organizada, a criança entende que é um membro efetivo daquele núcleo familiar.

Acolhimento emocional

Os pais precisam estar sempre dispostos a conversar com as crianças sobre sua história, seus medos, desejos e expectativas. Ademais, é preciso perguntar sobre o que as tornam mais felizes ou tristes. De acordo com o neurologista, esse laço é especialmente importante com crianças entre cinco e seis anos de idade, que estão em uma fase de transição importante entre a primeira infância e o início da vida escolar. “Nesta idade, as crianças já têm mais vocabulário e consciência emocional, mas ainda estão aprendendo a reconhecer, entender e expressar seus sentimentos de maneira saudável”, avalia. Por isso, o diálogo é peça-chave para a melhor convivência e acolhimento.

Como o processo de adoção é longo e exige paciência, amor e dedicação, os pais adotivos devem estar dispostos a enfrentar possíveis dificuldades. “Nem todo período de adaptação é tranquilo, pois uma criança que passa por um processo de adoção ainda na fase do desenvolvimento pode carregar uma bagagem pesada”, destaca o especialista. Nestes casos, os pais precisam estar preparados para conduzir tais questões de forma serena, mesmo que para isso necessitem de recurso terapêutico de apoio.

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