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Síndrome metabólica

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Probióticos com ação positiva na síndrome metabólica

Escrito por: Adenilde Bringel

A síndrome metabólica compreende obesidade central, aumento dos níveis plasmáticos de glicose, hiperlipidemia e hipertensão. Nos últimos anos, a incidência desta condição está aumentando devido às mudanças no estilo de vida e na estrutura alimentar. A ciência já comprovou, também, que a síndrome metabólica está associada a um aumento da incidência de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2, levando à maior morbidade e mortalidade. Entretanto, estudos recentes têm mostrado que há um papel da microbiota intestinal na modulação dessa condição.

Assim, a manipulação da microbiota intestinal por meio da administração de prebióticos ou probióticos poderia reduzir os níveis plasmáticos de glicose e lipídeos séricos, diminuindo a incidência dessas doenças associadas à síndrome metabólica. Para confirmar os dados, cientistas chineses desenvolveram uma revisão sistemática sobre os achados envolvendo os efeitos benéficos da administração de prebióticos e probióticos, como redução do Índice de Massa Corporal (IMC), circunferência da cintura, massa gorda e resistência à insulina.

De acordo com os autores, os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), a hidrólise de sais biliares (BSH), a endotoxemia metabólica e o sistema endocanabinoide (eCB) são essenciais na regulação da iniciação e progressão da síndrome metabólica. Isso ocorre por meio da normalização da adipogênese e da regulação da secreção de insulina, acúmulo de gordura, homeostase energética e níveis plasmáticos de colesterol. “Portanto, a microbiota intestinal pode servir como um potencial alvo terapêutico para essa condição”, argumentam.

No caso da obesidade, por exemplo, estudos indicaram que os frutanos do tipo insulina diminuíram o acúmulo de gordura e o peso corporal in vivo e em indivíduos obesos. “Resultados confirmam que a microbiota intestinal regula os sistemas biológicos relacionados à obesidade, como o fornecimento de nutrientes, o acúmulo de gordura e o armazenamento de energia”, detalham. Além disso, foi relatado que a administração oral de probióticos reduziu significativamente os níveis de colesterol em até 33% e controlou níveis elevados de colesterol em estudos in vivo. 

Controle glicêmico

A administração oral de probióticos e/ou prebióticos também pode diminuir os níveis séricos de glicose. Cientistas têm mostrado efeitos benéficos de várias cepas de Lactobacilli, a exemplo de Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus casei. Recentemente, outros autores descreveram que a bactéria Akkermansia muciniphila poderia ser potencialmente usada para a melhoria do diabetes tipo 2. “Os efeitos benéficos do consumo de suplementos probióticos multiespécies na resistência à insulina e perfis metabólicos, incluindo proteína C-reativa de alta sensibilidade, também foram relatados em estudo com pacientes diabéticos”, descrevem.

Neste caso, os cientistas utilizaram um suplemento oral contendo sete cepas viáveis ​​e liofilizadas de L. acidophilus, L. casei, L. rhamnosus, L. bulgaricus, Bifidobacterium breve, B. longum, Streptococcus thermophilus, além de 100mg de frutooligossacarídeo. O experimento envolveu 54 pacientes diabéticos com idades entre 35 e 70 anos, que foram aleatoriamente designados para tomar esse suplemento probiótico multiespécies ou um placebo por oito semanas. 

Efeito anti-inflamatório

De acordo com os autores, a permeabilidade intestinal pode ser modificada por uma microbiota intestinal desequilibrada. Além disso, bactérias e/ou fragmentos bacterianos, como lipopolissacarídeos (LPS) que passam pelo intestino para o sangue, podem levar à endotoxemia metabólica. “O LPS então se liga aos receptores de citocina localizados nos hepatócitos e adipócitos, induzindo assim a liberação de citocinas pró-inflamatórias e resistência à insulina”, explicam.

Portanto, probióticos e prebióticos podem melhorar as funções da barreira intestinal, promovendo assim a taxa de proliferação de microrganismos intestinais benéficos ou comensais e impedindo a progressão de vários patógenos gram-negativos. “Além disso, probióticos e prebióticos podem reduzir o vazamento de LPS e diminuir a produção de citocinas pró-inflamatórias nos tecidos adiposos”, acentuam.

Conclusão

A partir desta revisão, os autores concluíram que a microbiota intestinal modula a glicose plasmática, o apetite, os lipídeos séricos e a pró-inflamação. Além disso, prebióticos ou probióticos podem reduzir a inflamação intestinal de baixo grau e melhorar a integridade da barreira intestinal para reduzir os níveis de glicose plasmática e lipídeos séricos. Ademais, podem induzir a perda de peso e diminuir a resistência à insulina.

“Com base nesses resultados, a microbiota intestinal poderia ser um alvo terapêutico potencial para a síndrome metabólica”, argumentam. No entanto, são necessários mais ensaios clínicos que abordem a eficácia e a eficiência dos tratamentos atuais ou potenciais em aplicações terapêuticas na síndrome metabólica. O artigo ‘Gut microbiota as a potential target of metabolic syndrome: the role of probiotics and prebiotics’ foi publicado em 2017 no periódico Célula e Biociência.

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