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Deficiência de ferro pode causar anemia

• Nutrição

Consequências nefastas da deficiência de ferro

Escrito por: Fernanda Ortiz

Nutriente mineral essencial para a vida, o ferro desempenha funções importantes no organismo. O ferro atua na produção das células vermelhas do sangue (hemoglobinas) para o transporte do oxigênio, assim como no sistema imunológico e nas funções cognitivas. Entretanto, quando deficiente, ocorrem quadros de anemia que, sem o tratamento adequado, podem causar danos significativos em longo prazo. Considerada um problema de saúde prevalente e muitas vezes subestimado, a deficiência de ferro acomete principalmente mulheres na fase reprodutiva, lactantes e crianças menores de dois anos de idade.

Os sintomas relacionados à deficiência de ferro são decorrentes da baixa oxigenação sanguínea. Assim, podem incluir fadiga, falta de ar, cansaço, confusão mental, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, tontura, aumento da sensibilidade ao frio e, inclusive, palpitações cardíacas. Entre as mulheres pode causar, ainda, dores de cabeça, sensação de desconforto ou formigamento nas pernas. O principal problema de saúde relacionado à deficiência é a anemia ferropriva. Se não for identificada e tratada em estágio inicial, pode levar à insuficiência cardíaca e a alterações no metabolismo celular e na produção de energia.

Os mecanismos exatos de como a deficiência de ferro influencia a resposta imunológica ainda não estão completamente compreendidos. “Existem diversas causas associadas, desde baixa ingestão alimentar até perdas anormais de sangue, complicações gastrointestinais e condições médicas específicas”, explica o médico endocrinologista Gilberto Kobashikawa, do Hospital Albert Sabin (HAS), em São Paulo. Em contextos infecciosos, a privação de ferro para patógenos é uma estratégia do corpo para se defender. Por isso, em casos de infecções a reposição desse nutriente não é recomendada

Impactos na saúde da mulher e da criança

A deficiência do mineral pode estar relacionada a questões ginecológicas, como menstruação intensa e irregularidades no ciclo. “Os períodos menstruais prolongados podem resultar em perda excessiva de sangue, levando à anemia. Isso acontece pois, muitas vezes, a mulher não consegue recuperar o ferro perdido no intervalo entre os ciclos menstruais”, comenta o médico ginecologista Raphael Gomes, do quadro clínico do HAS. Atualmente, os níveis considerados saudáveis de ferro e ferritina no sangue em mulheres são acima de 50 mcg/dl e 15 mcg/l, respectivamente.

Condição comum durante a gravidez, a deficiência de ferro ocorre em decorrência da queda de hemoglobina no sangue e do aumento da necessidade de ferro no organismo para o desenvolvimento do bebê. “Além de aumentar o risco de anemia para a mãe e a possibilidade de infecções no pós-parto, essa carência pode resultar em problemas no desenvolvimento fetal, parto prematuro e baixo peso ao nascer”, esclarece o ginecologista Raphael Gomes. Assim como a adoção de uma dieta equilibrada durante a gravidez, o médico responsável pelo pré-natal pode solicitar a suplementação com ferro, ácido fólico e, caso necessário, outras vitaminas.

No público infantil, especialmente nos dois primeiros anos de vida, a deficiência de ferro pode ocorrer por fatores como desnutrição, abandono do aleitamento exclusivo, baixa ingestão alimentar de ferro, baixo nível socioeconômico e condições precárias de saneamento, entre outros. De acordo com os especialistas, a deficiência de ferro pode comprometer as aquisições cognitivas que afetam o desempenho escolar de forma irreversível e comprometer o crescimento infantil, assim como prejudicar as funções do sistema imunológico e, consequentemente, aumentar o risco de possíveis infecções.

Consequências e impactos 

Os efeitos da redução de ferro abrangem diversos sistemas do corpo humano. No sistema circulatório, pode-se observar um aumento na frequência cardíaca e maior risco de problemas cardiovasculares. No imunológico, a vulnerabilidade a infecções é aumentada, enquanto no sistema nervoso ocorrem sintomas como dificuldade de concentração, falta de energia e alterações de humor.

De acordo com a médica endocrinologista Natália Morales de Camargo, do HAS, apesar de todos os danos potenciais causados pela deficiência de ferro, essa é uma condição tratável. “No entanto, o problema demanda atenção e cuidados especializados, principalmente em relação ao comportamento nutricional”, orienta. Portanto, ao primeiro sinal de sintomas a recomendação é consultar um profissional de saúde para uma avaliação detalhada e o estabelecimento de um plano de tratamento adequado.

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