Reações alimentares de causas alérgicas

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Alergia alimentar é frequente em todas as idades

Escrito por: Fernanda Ortiz

Descrita como uma reação anormal do sistema imunológico ao consumo de determinado alimento ou substância, a alergia alimentar possui apresentação clínica muito variável. As reações mais comuns envolvem a pele, o aparelho gastrointestinal e o sistema respiratório. Entretanto, nas manifestações mais graves e intensas pode ocorrer uma reação anafilática, em que vários órgãos podem ser acometidos simultaneamente. Mais prevalente na faixa etária pediátrica, estimativas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) apontam que as reações alimentares de causas alérgicas acometem de 6% a 8% das crianças menores de três anos de idade, e entre 2% e 3% da população adulta.

Em teoria, qualquer alimento pode causar alergias. Porém, os de maior potencial alergênico são aqueles cujas proteínas são de difícil digestão. “Leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar são apontados como os mais nocivos, especialmente para as crianças”, comenta o médico alergologista Alexandre Okamori, especialista do São Cristóvão Saúde e membro da European Respiratory Society (ERS).

Além disso, as sementes (gergelim, linhaça, chia, mostarda) e algumas frutas, com destaque para banana, mamão e kiwi, cada vez mais têm sido associadas a quadros alérgicos. Já o chocolate, a carne de porco e os corantes, diferentemente do que se imagina, se apresentam em menor prevalência como causas alérgicas. O médico explica que, durante uma crise alérgica, as reações podem ser mais ou menos graves, de acordo com o nível de sensibilidade àquela determinada substância.

Muitos sintomas diferentes

As reações alimentares de causas alérgicas mais comuns envolvem a pele, a exemplo de urticária, inchaço na boca ou nos olhos, coceira e eczema. Da mesma forma, o aparelho gastrointestinal pode ser acometido e levar à apresentação de diarreia, dor abdominal ou vômitos; enquanto o sistema respiratório provoca tosse, rouquidão e chiado no peito. “Casos mais extremos podem levar a uma reação anafilática, condição potencialmente fatal que ocorre quando há uma grande liberação de substâncias químicas no organismo em segundos ou minutos após o contato com o agente alérgico”, alerta o médico. Nesses casos, os sintomas são mais intensos, podendo acometer simultaneamente vários órgãos.

Como existem outros tipos de reações alérgicas, a exemplo daquelas provocadas pelo uso de medicamentos ou por intolerância alimentar, é preciso estar atento às manifestações no corpo após a ingestão de substâncias específicas. “Portanto, nesses casos, é fundamental procurar um médico alergologista para identificar quais mecanismos levaram a esses quadros”, orienta o médico.

De acordo com o especialista, o diagnóstico de reações alimentares de causas alérgicas é realizado por meio da história clínica do paciente para relacionar a ingestão de um determinado alimento ao aparecimento de manifestações clínicas. Além disso, é importante a realização de testes alérgicos cutâneos e sanguíneos específicos. O tratamento geralmente é feito com o uso de anti-histamínicos e corticoides, mas, para os indivíduos com alergia alimentar conhecida, a recomendação é evitar o consumo dos alimentos que causam o problema.

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