Principais sinais do câncer de mama

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Medicina nuclear no controle do câncer de mama

Escrito por: Elessandra Asevedo

Segunda neoplasia mais comum entre as mulheres no Brasil, os principais sinais do câncer de mama são nódulo fixo e indolor que pode aparecer nas regiões da mama ou axila, pele da mama avermelhada e alterações no bico do peito (mamilo). Apesar de os sintomas serem amplamente divulgados, a maioria dos casos é detectada em estágios mais avançados, o que dificulta o tratamento. Por causa disso, o reconhecimento prévio da doença é essencial.

Dessa forma, será possível conter o avanço das células cancerígenas e evitar que contaminem outras regiões do corpo, formando as temidas metástases – que é um estágio mais avançado do tumor. Este tipo de tumor frequentemente migra para o osso, mas a medicina nuclear já vem atuando nesse rastreamento há muitos anos. O primeiro exame disponível para o diagnóstico dessa metástase é a cintilografia óssea, que pode avaliar todo o esqueleto a partir de uma pequena quantidade de material radioativo injetado na paciente.

De acordo com a médica nuclear Adelina Sanches, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), este é um método seguro, barato, que tem cobertura pelo SUS e é usado amplamente. “A taxa de performance, ou seja, o potencial de detectar lesões é da ordem de 85%”, assegura. Entretanto, outros exames da área de medicina nuclear com excelente performance em câncer de mama são as tomografias por emissão de pósitrons (PET/CT). Para tumores muito avançados, é possível avaliar o corpo inteiro e mostrar se a paciente está com a doença no pulmão, no fígado, em outros órgãos ou no próprio esqueleto.

Reconhecimento da eficácia

Nos últimos cinco anos, o PET/CT passou por um avanço tornando-se ainda mais eficiente para a detecção do câncer de mama. Isso ocorreu porque, recentemente, foi desenvolvido o PET/CT com FES, que é o flúor-estradiol análogo ao hormônio feminino estradiol. Esse traçador é injetado para rastrear lesões que expressam receptores de estrógenos, presentes em 70% a 80% dos tumores de mama. “O traçador irá se grudar em todos os receptores desse tipo de tumor que possa expressar receptores de estrógeno”, explica a médica Adelina Sanches.

Com o traçador específico, se a paciente estiver com um câncer de mama e outro de pulmão, por exemplo, e o exame captar FES, o médico conseguirá definir que essa metástase é decorrente do câncer de mama. Por outro lado, se a paciente já teve um câncer de mama e aparece uma lesão suspeita positiva, nesse tipo de PET o médico também consegue determinar que aquela lesão é metastática do câncer de mama. “Isso ajuda na deflagração de terapias, muitas vezes até poupando a mulher de novas biópsias e procedimentos invasivos”, afirma a médica.

Os exames de PET/CT com FES já são produzidos e vendidos no Brasil pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). O CDNT é um dos braços da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do governo federal que investe em pesquisa e desenvolvimento, buscando um uso cada vez mais amplo e seguro das técnicas do setor nuclear.

Dados

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que serão diagnosticados mais de 70 mil casos da doença no país no triênio 2023-2025. Embora as causas ainda sejam pouco conhecidas, uma somatória de fatores pode aumentar o risco de desenvolvimento, como mutações genéticas, histórico familiar, fatores ambientais e hormonais. Assim, é fundamental que as mulheres façam os exames preventivos e estejam atentas aos principais sinais do câncer de mama para evitar que a doença agrave.

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