1Department of Nutrition Science, Faculty of Medicine, Diponegoro University, Indonesia 2Department of Public Health Nutrition, Faculty of Public Health, Diponegoro University, Indonesia 3Nutrition Department, Health Polytechnic Makassar, Indonesia
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura decorrente de um desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético ao longo do tempo. A condição tornou-se um problema global devido ao aumento de prevalência todos os anos, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. A Pesquisa Básica de Saúde (Riskesdas) de 2018, por exemplo, revelou que a prevalência de obesidade em adultos na Indonésia aumentou de 14,8% em 2013 para 21,8% em 2018. A obesidade foi mais prevalente entre mulheres (29,3%) do que entre homens (14,5%). A maior prevalência na população adulta da cidade de Makassar foi de 24,05%. Uma das principais causas da obesidade são o consumo excessivo de alimentos e a baixa atividade física. A proporção de inatividade física na cidade de Makassar foi de 31,92%. A proporção de hábitos de consumo alimentar de gordura/colesterol da população ≥ 1 vez por dia na cidade de Makassar foi de 35,5%. Também foi registrado que 13,3% da população não consumia vegetais e frutas diariamente, em uma semana, na cidade.
Desequilíbrios de micronutrientes também contribuem significativamente para a obesidade, mas o balanço energético positivo demonstrou ser o principal fator contribuinte. Pessoas com sobrepeso ou obesas têm maior probabilidade de desenvolver deficiências de micronutrientes ao consumir quantidades excessivas de energia, do que aquelas com peso normal. Indivíduos obesos também podem apresentar baixas concentrações séricas de zinco porque estão sob estresse oxidativo crônico, o que aumenta a síntese de glicocorticoides e diminui os transportadores de zinco. Além disso, as citocinas secretadas pelo tecido adiposo podem aumentar a expressão do transportador de zinco, alterando a distribuição desse mineral no corpo.
O zinco é um oligoelemento que atua como cofator de inúmeras enzimas e como antioxidante com propriedades anti-inflamatórias, proporcionando benefícios à saúde em diversas áreas do metabolismo. Assim, o metabolismo lipídico é significativamente influenciado pelo zinco. Segundo os resultados de alguns ensaios clínicos ou meta-análises, a suplementação com zinco demonstrou melhorar diversos perfis lipídicos. Entretanto, vários estudos não corroboraram essa conclusão. Além de ser uma das causas da obesidade e do sobrepeso, a deficiência de zinco é um efeito colateral do sobrepeso. Por exemplo, a hipozincemia deteriora a saúde imunológica, oxidativa e metabólica relacionada à obesidade. De acordo com Syane et al., aumentar a ingestão de zinco por meio de alimentos e/ou suplementação pode ser uma tática prática para amenizar problemas ou sintomas relacionados à obesidade.
Acredita-se que os probióticos desempenhem um papel adicional na fisiopatologia da obesidade. Tem sido investigado como os probióticos, particularmente Lactobacillus e Bifidobacterium, podem equilibrar a microbiota intestinal e tratar a obesidade a fim de melhor compreender como afetam a disbiose intestinal. A indução/proteção contra a endotoxemia metabólica, a modulação do metabolismo dos ácidos biliares e a síntese de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) são as três principais maneiras pelas quais o equilíbrio da microbiota intestinal pode modular o peso corporal. Além disso, o amido, os açúcares não absorvidos, os polissacarídeos celulósicos e não celulósicos e as mucinas – que têm um impacto direto no metabolismo lipídico e na produção de energia – fermentam para formar AGCC. De modo geral, a microbiota intestinal pode impactar o equilíbrio energético, uma vez que também regula a capacidade do intestino de absorver nutrientes. Dessa forma, zinco e Lactobacillus podem ser usados em mulheres obesas para aumentar a resistência do corpo aos radicais livres.
O probiótico Lactobacillus casei Shirota é uma bactéria lática que proporciona o benefício de fortalecer o sistema imunológico, atuando como antioxidante e reduzindo os níveis de colesterol. O mecanismo de redução do colesterol pode ocorrer porque o ácido lático presente nas bebidas probióticas pode degradar o colesterol em coprostanol – uma substância que não pode ser absorvida pelo intestino. Graças ao Lactobacillus, o coprostanol e o colesterol restante podem ser excretados pelas fezes. Em outras palavras, a quantidade de colesterol absorvida pelo corpo é baixa. Um relatório sobre o assunto explica que a redução do colesterol por bactérias do ácido lático (Lactobacillus) pode chegar a 27%-38%. Estudos anteriores descrevem os efeitos positivos da suplementação com probióticos, ou seja, a redução do Índice de Massa Corporal (IMC), da gordura corporal total e de marcadores de distúrbios metabólicos. Ademais, ocorre um aumento do número de microrganismos intestinais benéficos e níveis mais elevados de ácidos graxos de cadeia curta.
Imunomoduladores
Os efeitos dos probióticos e do zinco no trato gastrointestinal são semelhantes, principalmente os efeitos imunomoduladores. O zinco possui outros efeitos, como a proteção contra germes patogênicos e a manutenção da integridade da barreira. Além disso, este mineral afeta a regeneração e a função das vilosidades intestinais, o que afetará a formação de enzimas dissacaridases como lactase, sacarose e maltase, que afetam o transporte de sódio (Na) e glicose. Por um lado, os resultados do efeito do Lactobacillus casei ou zinco foram inconsistentes em estudos anteriores.
Por outro lado, não houve nenhum ensaio clínico para avaliar o efeito da cossuplementação de zinco e Lactobacillus casei nos perfis lipídicos em pacientes obesos. O presente ensaio clínico de fase 2, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, com múltiplos braços e grupos paralelos, teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação de zinco e Lactobacillus casei, juntamente com uma dieta para perda de peso, nos perfis lipídicos séricos de triglicerídeos (TG), colesterol total (CT), colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C) e colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), circunferência da cintura e percentual de gordura corporal em mulheres saudáveis com sobrepeso ou obesas.