De acordo com o relatório global World Mental Health Day 2024, da IPOS, o Brasil é o quarto país mais estressado do mundo, com 42% da população relatando esse sintoma. Globalmente, a maioria da população também tem se sentido estressada. Em média, mais de três em cada cinco pessoas (62%) afirmam se sentir estressadas. Os dados envolvem levantamentos de 31 países e mostram que o estresse precisa ser administrado para não prejudicar a qualidade de vida.
Os brasileiros que participaram da pesquisa indicaram a saúde mental como principal problema enfrentado no País. O levantamento aponta uma alta no índice de preocupação com a saúde mental nos últimos anos em relação a 2018, quando apenas 18% dos entrevistados citavam o problema. Entretanto, o salto ocorreu durante e após a pandemia, atingindo um pico em 2024 com 54% dos entrevistados reportando o problema.
De acordo com a psicóloga Ana Paula Ribeiro, do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), o estresse precisa ser administrado porque tem causas variadas. Dentre elas estão sobrecarga de trabalho, responsabilidades familiares, preocupações financeiras e questões interpessoais. “No contexto atual, o ritmo acelerado da vida moderna e a constante pressão por produtividade causam um profundo impacto na saúde mental e física das pessoas”, destaca
Impactos em longo prazo
O estresse prolongado pode levar a sérios problemas de saúde. Fisicamente, pode contribuir para o surgimento de doenças cardiovasculares, problemas digestivos e enfraquecimento do sistema imunológico. Mentalmente, o estresse crônico é um fator significativo no desenvolvimento de ansiedade, depressão e esgotamento emocional.
Segundo a especialista, os sinais de estresse excessivo incluem irritabilidade, fadiga, dificuldade para dormir, alterações de apetite, dores musculares, dores de cabeça e problemas digestivos. “Além disso, pessoas que sofrem de estresse costumam apresentar uma sensação de sobrecarga, dificuldade de concentração e crises de ansiedade”, reforça a psicóloga Ana Paula Ribeiro.
Como aliviar o estresse e melhorar o bem-estar diário
- Autoconhecimento e identificação de fontes de estresse – Entender de onde vem o estresse é o primeiro passo para gerenciá-lo. Identifique as fontes de estresse e avalie o que pode ser controlado ou modificado. Organizar o tempo e estabelecer prioridades são passos fundamentais.
- Pratique técnicas de relaxamento – Respiração profunda, meditação e mindfulness são eficazes para reduzir a tensão. Por isso, dedicar alguns minutos diariamente a essas práticas pode aliviar o estresse acumulado. Alongamento e yoga também são recomendados para liberar a tensão corporal.
- Mantenha uma alimentação balanceada e exercite-se regularmente – Uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, e a prática regular de exercícios são essenciais para uma boa gestão do estresse. A alimentação adequada e o exercício físico não só melhoram a saúde geral, como também promovem a liberação de endorfinas – hormônios que ajudam a melhorar o bem-estar emocional.
- Crie um ambiente menos estressante – Organização e comunicação clara podem reduzir o estresse em ambientes de trabalho e em casa. Estabeleça uma rotina equilibrada e certifique-se de que todos contribuam para uma divisão justa de responsabilidades. Criar espaços para descanso e atividades relaxantes é crucial para um ambiente mais harmonioso.
- Priorize o autocuidado e tempo para atividades prazerosas – Reserve tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento. O autocuidado é vital para manter o equilíbrio emocional e reduzir a sensação de sobrecarga. Além dessas práticas, a recomendação é realizar acompanhamento médico para mapear qualquer risco à saúde física, bem como o acompanhamento psicológico para auxiliar na redução do impacto à saúde mental.