De acordo com a AHF, existem fatores de risco para a demência que podem ser potencialmente modificáveis ao longo da vida e que, mesmo não sendo específicos para a doença de Alzheimer, têm relação com a neurodegeneração e a síndrome demencial. O médico Paulo Caramelli explica que há 14 principais fatores de risco modificáveis e um já começa na infância – a baixa escolaridade, que diminui a reserva cognitiva. Na vida adulta, os fatores são perda auditiva, colesterol elevado, depressão, traumatismo craniano, sedentarismo, diabetes, tabagismo, hipertensão, obesidade e ingestão excessiva de álcool.
“Como é perceptível, 10 fatores pertencem ao período do meio da vida. Então, a prevenção de declínio cognitivo e demência é um processo que ocorre durante a vida inteira. Não adianta se preocupar com essa questão somente depois dos 60 anos. Sendo assim, os programas de saúde pública deveriam olhar a trajetória do indivíduo e propor ações preventivas desde a infância”, reforça o neurologista. Já em idosos, os fatores de risco envolvem isolamento social, poluição ambiental e perda visual. O artigo ‘Population attributable fractions for risk factors for dementia in seven Latin American countries: an analysis using cross-sectional survey data’ aponta que 54% dos casos de demência na América Latina poderiam ser potencialmente evitados por meio da eliminação dos fatores de risco modificáveis.