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Molécula extraída da peçonha de vespas mostra potencial

Escrito por: Fernanda Ortiz

Os peptídeos neuroativos de ­ocorrência natural (isolados de venenos) para ­pesquisas biomédicas são uma excelente plataforma para o desenvolvimento de novas ­ferramentas de pesquisa, reagentes diagnósticos e medicamentos. Ao envolver interações com alvos no sistema nervoso central podem atuar em canais iônicos, liberação e recaptação de neurotransmissores ou até mesmo como agonista ou antagonista de receptores. Recentemente, cientistas descobriram que a peçonha da vespa social típica do cerrado, conhecida como marimbondo-­estrela, possui a substância occidentalina-1202, com potencial para tratar epilepsia e proteger o cérebro.

O experimento com animais foi ­con­duzi­do pela pesquisadora Márcia Renata ­Mortari nos laboratórios de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) durante seu doutorado em Psicobiologia. Os trabalhos foram desenvolvidos em cinco fases, a começar pela captura das vespas, extração, isolamento e purificação do peptídeo promissor, seguida da síntese de um peptídeo análogo ao idêntico. “Trata-se de uma cópia sintetizada quimicamente que foi mantida em solução específica (pH entre 6,8 e 7,0) a 5ºC de temperatura por 72 horas para garantir estabilidade e pureza”, explica a pesquisadora, que é docente no Departamento de Ciências Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB).

Na fase 2 foram analisados os efeitos de dois peptídeos (natural e sintético) em dois modelos agudos de epilepsia induzidos por ácido caínico (KA) e pentilenotetrazol (PTZ) – que provocam ­convulsões – para medição da dose efetiva com valores estimados de índice terapêutico, estudos de convulsões eletroencefalográficas e ­avaliação do gene C-fos (relacionado à atividade neurológica). Na sequência, foi realizada uma ­compilação de testes ­avançados apenas com ­occidentalina-1202(s) para avaliar seu desempenho na prevenção e no controle de convulsões graves e prolongadas, além de obter informações detalhadas sobre os efeitos no tecido cerebral. “Determinada a atividade antiepiléptica da occidentalina­-1202(s), a fase 4 consistiu na avaliação de potenciais efeitos adversos nos testes de coordenação motora e ­comprometimento cognitivo. Na fase 5 foi proposto um mecanismo de ação utilizando modelos computacionais com receptores cainatos”, descreve.

Para viabilizar o uso futuro em humanos e garantir a segurança da substância, os pesquisadores têm estudado o ­funcionamento e controle de neurotransmissores como o glutamato, aminoácido mais abundante no sistema nervoso central que atua como neurotransmissor excitatório e, em níveis elevados, pode causar crises epilépticas. “Estamos realizando testes para determinar a segurança desse composto utilizando uma série de ensaios de toxicidade e determinação de efeitos adversos. A descoberta da ­occidentalina-1202 marca o início de uma nova classe promissora de peptídeos extraídos da peçonha de vespas para o desenvolvimento de medicamentos que interagem com o sistema nervoso central”, acredita a cientista. Orientada pelo professor doutor Wagner dos Santos, o estudo teve colaboração de pes­quisadores da FFCLRP, Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USPRP, Universidade de Brasília e Universidade de Lorraine, na França. O artigo ‘A new class of peptides from wasp venom: a pathway to antiepileptic/neuroprotective drugs’ foi publicado em 2023 no periódico Brains Communication. •

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