Em 2017, um estudo desenvolvido com 42 maratonistas na cidade de São Paulo mostrou, pela primeira vez, que a ingestão diária de Lacticaseibacillus paracasei Shirota (LcS) pré-competição foi capaz de modular as respostas imunológicas/inflamatórias das vias aéreas superiores pós-maratona. O estudo duplo-cego, placebo controlado ‘Modulatory effect of daily intake of fermented milk containing Lacticaseibacillus paracasei cepa Shirota (LcS) on upper airways immune/inflammatory responses in marathon runners’ envolveu pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com outras instituições.
O professor doutor André Bachi, da Universidade de Santo Amaro (Unisa) – que desenvolveu o estudo em conjunto com o professor doutor Mauro Vaisberg, da Unifesp – afirma que embora o LcS possa beneficiar o estado imunológico, os efeitos da cepa nas respostas imunes/inflamatórias nas vias aéreas superiores de maratonistas nunca tinham sido avaliados. O efeito modulador do LcS foi evidenciado a partir dos resultados que mostraram níveis mais altos de citocinas pró-inflamatórias e níveis mais baixos de SIgA e peptídeos antimicrobianos imediatamente após a maratona no grupo placebo, em comparação com outros momentos e no grupo LcS.
Por outro lado, níveis mais elevados de citocinas anti-inflamatórias e infiltração reduzida de neutrófilos na mucosa nasal foram encontrados no grupo LcS em comparação com outros momentos e no grupo placebo. “Além disso, a ingestão de LcS teve efeitos protetores sobre a incidência de sintomas respiratórios e do trato gastrointestinal durante o período de treinamento e duas semanas após uma maratona. A frequência, duração e gravidade desses sintomas diminuíram em indivíduos suplementados com lactobacilos”, acentua o pesquisador