O clima seco, a baixa umidade do ar e a maior concentração de poluentes favorecem quadros respiratórios alérgicos. Consequentemente, levam ao ressecamento da mucosa do nariz. Com isso, a fragilidade e a ruptura dos vasos aumentam, causando a epistaxe – sangramento nasal. Apesar de parecer preocupante, esses episódios são muito comuns e, na maioria das vezes, não são indicativos de outras doenças nem evoluem para casos mais graves. Entre as regiões mais afetadas em decorrência de quadros alérgicos estão as mucosas internas.
De acordo com o médico otorrinolaringologista Alexandre Cury, coordenador do curso de Medicina da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), no Mato Grosso do Sul, a mucosa nasal (tecido que reveste o interior do nariz) é repleta de pequenos vasos sanguíneos que são responsáveis por sua irrigação. “O tempo seco torna essa mucosa mais vulnerável e, em razão da temperatura mais alta que dilata os vasos sanguíneos, facilita seu rompimento”, explica. Além disso, o clima contribui para o ressecamento de toda a região, inclusive da garganta, comprometendo a função de umedecimento.
Os episódios de sangramentos nasais são comuns, mas costumam gerar preocupação. “Nas crianças, a epistaxe ocorre com mais frequência em razão daquela ‘limpadinha’ no nariz que pode lesionar a região, especialmente na parte frontal do órgão”, explica o especialista. Outras causas incluem assoar o nariz com muita força, ter desvio de septo nasal ou em decorrência de infecções de vias aéreas superiores, a exemplo de sinusite e rinite, que facilitam esta condição por deixarem a mucosa inflamada e sensível ao toque.
Entretanto, quando os episódios são persistentes é preciso buscar um médico para avaliar e descobrir a origem do problema. Uma das situações de alerta é a idade, já que pacientes idosos demandam maior atenção. Ademais, sangramento nasal persistente por mais de 15 minutos, episódios recorrentes por muitos dias, epistaxe muito intensa ou que começa após um trauma na cabeça devem ser investigados. Além disso, é preciso mais atenção quando o sangramento é acompanhado de fraqueza, tontura ou falta de ar ou quando é sentido internamente descendo pela garganta, causando náusea ou vômito.
Medidas de prevenção
- Usar umidificador em períodos de clima mais seco
- Manter a mucosa nasal úmida, utilizando soro fisiológico ou sprays nasais
- Fazer compressas de água gelada ou gelo na face e nuca
- Ter cuidado para evitar pequenos traumas na região do nariz
- Assoar o nariz com papel de toque delicado e sem fazer força
- Manter-se hidratado.
Na ocorrência de sangramentos
- Fique sentado ou em pé com a cabeça inclinada para a frente para que o sangue escorra com facilidade.
- Não vire a cabeça para trás, pois isso fará o sangue ser engolido, o que pode provocar náuseas e piorar o sangramento.
- Mantenha a calma e faça compressão na narina que estiver sangrando, com a cabeça levemente inclinada para a frente.
- Respire pela boca enquanto durar a compressão e sente-se confortavelmente de modo a manter a cabeça em uma posição mais alta do que o resto do corpo. Não deitar!
- Evite qualquer tipo de calor próximo à região do nariz: sol, alimentos quentes, secador de cabelo, banhos quentes.
- Evite esforços físicos.
- Se mesmo assim o sangramento não cessar, procure o pronto atendimento.
Fonte: Ministério da Saúde