O uso de medicamentos por conta própria é muito arriscado e pode desencadear consequências muito sérias para a saúde. Entretanto, a conscientização da sociedade sobre a importância de buscar orientação médica ou farmacêutica sempre que precisar de um remédio pode reduzir a automedicação. Dessa forma, também vai ajudar a diminuir o número de internações desnecessárias, evitando assim diversas complicações – incluindo a morte.
De acordo com o farmacêutico Thiago de Melo, pesquisador e professor de pós-graduação nos cursos de Ciências Farmacêuticas e Farmacologia da Universidade Vila Velha (UVV), no Espírito Santo, a busca desenfreada por soluções rápidas somada à facilidade de acesso aos medicamentos podem ser os fatores que levam a esse comportamento. “Soma-se a isso o fato de que boa parte das pessoas desconhece que cada organismo é único e reage de formas distintas aos fármacos”, alerta.
É consenso na medicina há décadas que o uso prolongado de anti-inflamatórios pode gerar gastrite e até sangramentos no estômago. Entretanto, algumas pessoas acham que, por comprar o diclofenaco de potássio (que não contém sódio), estão livres dos problemas gastrointestinais. “Mas é um engano, porque podem desencadear um aumento na pressão arterial, colocando em risco a saúde cardiovascular”, acentua o professor. O cuidado também deve ocorrer com os corticoides, que podem prejudicar o controle da glicose no sangue em indivíduos com diabetes, levando a complicações mais graves.
Alto risco
O farmacêutico destaca que, além disso, existe o perigo de interações medicamentosas desconhecidas e a possibilidade de mascarar sintomas de doenças subjacentes, retardando o diagnóstico correto. “O uso de qualquer medicamento deve ser acompanhado por profissionais capacitados, como médicos e farmacêuticos, que possuem conhecimento técnico para avaliar cada caso individualmente e prescrever a terapia mais adequada”, aponta. Portanto, o uso de medicamentos por conta própria deve ser absolutamente evitado por pessoas de todas as idades.