A queda na cognição após o almoço é um fenômeno bem estabelecido por diminuir o estado de alerta, a memória e a vigilância. Para avaliar os efeitos do consumo crônico de amêndoas como parte de uma dieta com restrição energética nos domínios da memória e da atenção da função cognitiva, pesquisadores da Purdue University, dos Estados Unidos, desenvolveram um estudo com 86 adultos com sobrepeso e obesos.
Os autores do artigo ‘Effects of almond consumption on the post-lunch dip and long-term cognitive function in energy-restricted overweight and obese adults’ dividiram os participantes em dois grupos. Um grupo consumiu uma dieta enriquecida com amêndoas, e outro não consumiu as oleaginosas durante uma intervenção de perda de peso de 12 semanas. O resultado mostrou que os dois grupos tiveram declínios semelhantes na atenção após o almoço. No entanto, o consumo de amêndoas melhorou o declínio da memória pós-almoço, embora não tenha alterado o desempenho da atenção. Além disso, a função cognitiva melhorou durante o período de intervenção para perda de peso de 12 semanas.
Uma descoberta importante do estudo foi o efeito da composição do almoço na função cognitiva. “O consumo de uma refeição rica em gorduras enriquecida com amêndoas reduziu o declínio da memória em 57,7% em comparação com o almoço rico em carboidratos”, citam os autores. O efeito agudo do consumo de amêndoas na memória pode ser atribuído ao alto teor de gordura e fibras e ao menor teor de carboidratos.
Pesquisas anteriores demonstraram que o consumo de amêndoas tem um efeito moderador nas concentrações de glicose no sangue pós-prandial. E a gordura e a fibra podem diminuir a glicemia após o almoço, retardando o esvaziamento gástrico e tempo de trânsito intestinal, respectivamente.
