O chocolate é um dos alimentos mais amados e consumidos em todo o mundo, seja em barra, pó ou como especiaria de outros pratos. Com aroma e sabor marcantes, quando consumido com moderação pode fazer parte de uma alimentação saudável. Entretanto, o que determina os benefícios à saúde é a quantidade de cacau e as propriedades funcionais presentes no chocolate, assim como a lista de ingredientes adicionados, incluindo o tipo de gordura utilizada. Com opções que vão do branco ao amargo, assim como diet, light ou zero, para fazer escolhas mais saudáveis é preciso estar atento aos rótulos desses produtos.
O cacau (Theobroma cacao) é um fruto originário da América do Sul e da América Central, popular pela concentração de compostos fenólicos por seu sabor e por ser matéria-prima do chocolate. Se consumidos em dieta balanceada, o cacau e seus derivados têm efeitos antioxidante e antiaterosclerótico. Além disso, pode ajudar a prevenir dislipidemias e ter influência contra o envelhecimento dérmico. Portanto, o consumo moderado tende a trazer benefícios para o sistema cardiovascular e retardar o envelhecimento cutâneo.
Segundo a mestre em Nutrição Paloma Popov, docente do curso de Nutrição do Centro Universitário de Bauru (CEUB), em São Paulo, os chocolates considerados saudáveis são aqueles que oferecem mais propriedades funcionais – geralmente encontradas em produtos com um teor de cacau mais elevado. “Quanto mais amargo e escuro for o chocolate, mais saudável é. Isso ocorre pois o cacau contém quantidade significativa de gorduras boas e é uma das principais fontes de polifenóis, ou seja, compostos bioativos importantes para a proteção do metabolismo”, explica.
De olho nos rótulos
Na hora de escolher entre as muitas opções disponíveis é preciso observar a quantidade de cacau e os ingredientes adicionados. Para guiar o consumidor para escolhas mais saudáveis, a nova rotulagem nutricional – obrigatória desde 2022 – facilita a identificação de ingredientes como açúcar, gordura e sódio adicionados. “Ao escolher um chocolate saudável é essencial ler a lista de ingredientes e evitar aditivos desnecessários, como corantes, emulsificantes e aromatizantes”, observa.
Os chocolates diet e light, por exemplo, são classificados de acordo com a redução de certos ingredientes, mas é importante entender que essa redução nem sempre significa uma opção mais saudável. A nutricionista comenta que os chocolates dietéticos podem substituir açúcar por adoçantes e gorduras adicionais, o que nem sempre é benéfico em termos de valor nutricional. “Ainda que os polióis, como sorbitol e xilitol, que atuam como adoçantes, estejam presentes em rótulos descritos como ‘sem açúcar’, seu consumo deve ser avaliado com cautela, especialmente se não houver necessidade dietética”, aconselha.
As opções light, assim como outros alimentos assim classificados, têm como característica a redução de pelo menos 25% do teor de calorias – quando comparado ao chocolate normal. Para isso, os fabricantes diminuem a quantidade de algum nutriente energético, que pode ser o açúcar ou a gordura, por exemplo. “Por isso, é importante consultar a tabela nutricional para saber exatamente qual foi o nutriente energético reduzido e em qual porcentagem”, ensina. Já as opções zero não têm um nutriente específico na fórmula, podendo ser zero açúcar, zero gordura ou zero lactose, ou seja, específicos para determinadas dietas.
Mais gorduras
Apesar das propriedades funcionais presentes no chocolate e ainda que consumidos com moderação, as opções ao leite e branco são consideradas menos saudáveis. O chocolate ao leite possui, em média, de 25% a 30% de cacau na composição e sua principal característica é a quantidade maior de leite, além de açúcar, conservantes e gorduras. Já o chocolate branco é a opção mais gordurosa quando comparada aos demais. Composto por pelo menos 20% de manteiga de cacau, normalmente tem grandes quantidades de açúcar e outras gorduras não saudáveis.