De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil vem apresentando aumento no número de casos de sífilis. Até junho de 2022 foram constatados 79,5 mil casos adquiridos, 31 mil em gestantes e 12 mil ocorrências de sífilis congênita no País, totalizando mais de 122 mil novos casos. Porém, como poucas pessoas fazem o teste, ainda há muita subnotificação. E isso agrava os números, porque a sífilis é altamente transmissível e o risco de contágio por relação sexual chega a 90%.
A sífilis é conhecida desde o início do século XX, e o agente causador é a bactéria espiroqueta Treponema pallidum. A bactéria pode ser transmitida por relação sexual com pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou o parto. Como nem sempre é sintomática, se espalha com rapidez.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, cerca de 60% dos brasileiros com mais de 18 anos entrevistados disseram não usar preservativo nas relações sexuais. A médica infectologista Michelle Zicker, do São Cristóvão Saúde, ressalta que esse descuido pode acarretar no aumento de outras infecções sexualmente transmissíveis. “Além da sífilis, pode ocorrer transmissão de HIV/AIDS, HPV, gonorreia, herpes genital, clamídia, tricomoníase e as hepatites B e C”, alerta.
Sintomas, tratamento e prevenção
A sífilis inicialmente aparece entre a segunda e a terceira semana após a relação sexual desprotegida com a pessoa infectada, geralmente como uma pequena ferida indolor nos órgãos sexuais, que pode estar acompanhada de caroços na virilha.
O tratamento com antibiótico é a forma mais eficaz de combater a bactéria causadora da doença e o parceiro sexual deve ser avaliado em relação à necessidade de tratamento também. Para impedir a transmissão ao bebê, a gestante deve ser testada em três momentos: no primeiro e no terceiro trimestre e na hora do parto.
A gestante com sífilis que foi tratada deve realizar controle mensal de cura. “Se não tratada, a sífilis progride, pode comprometer órgãos vitais, como cérebro e coração, e até mesmo levar à morte. Além disso, o uso correto e regular da camisinha interna ou externa é a medida mais importante de prevenção da enfermidade”, reforça a médica.