O desvio de septo nasal é um problema comum de saúde que afeta cerca de 85% da população brasileira. Nariz entupido, dor de cabeça, possíveis sangramentos, dificuldade para respirar, ronco excessivo e má qualidade do sono estão entre os principais sintomas da condição. Nem todos os casos exigem intervenção cirúrgica.
De acordo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), as consequências na vida do paciente dependem da condição e gravidade do problema. Para esclarecer e sanar dúvidas sobre o problema, a médica otorrinolaringologista Maura Neves desmistifica alguns mitos e verdades sobre essa condição.
O septo é feito só de cartilagem.
Mito – O septo nasal é uma estrutura composta por cartilagem e tecido ósseo, que divide as narinas de forma simétrica da ponta ao fundo do nariz, dando sustentação ao órgão. Quando há o desvio, o septo fica torto, tornando uma narina mais fechada do que a outra. Em casos de desvio em forma de ‘s’, obstrui os dois lados.
O desvio de septo pode ocorrer em decorrência do crescimento da face.
Verdade – Durante a infância e adolescência, o osso nasal e/ou a cartilagem podem crescer rapidamente, assim, fazendo com que o septo desvie para um lado. Além disso, traumas e pancadas no nariz também podem levar ao problema.
A cirurgia de desvio de septo só pode ser realizada no inverno.
Mito – Na verdade, a cirurgia pode ser feita em qualquer época do ano. Entretanto, nas estações com temperaturas mais frias é mais cômodo para o paciente, que precisa adotar cuidados específicos no pós-cirúrgico, entre os quais evitar o sol.
Desvio de septo é uma condição séria, que necessita tratamento.
Verdade – A obstrução nasal atrapalha a qualidade de vida do paciente, pois interfere na respiração, causa roncos e apneia do sono. Além disso, dá dores de cabeça recorrentes e ressecamento da boca, entre outros.
Todo paciente com desvio de septo fica com nariz torto.
Mito – A tortuosidade percebida externamente não necessariamente tem ligação com o desvio de septo. Portanto, o otorrinolaringologista deve sempre ser consultado para o correto diagnóstico e tratamento.
Somente cirurgia corrige o problema.
Verdade – A medicação melhora os sintomas, como a obstrução nasal e, consequentemente, a dificuldade de respirar. No entanto, apenas a septoplastia – cirurgia corretiva – pode tratar o problema. De acordo com a especialista, o procedimento é relativamente tranquilo, desde que realizado por um profissional qualificado e em ambiente hospitalar – nesse caso, o otorrinolaringologista ou cirurgião plástico. Na maioria das vezes, o paciente recebe alta no dia seguinte. O repouso geralmente é de uma semana e a recuperação completa pode ocorrer em menos de um mês.
É preciso usar tampões nasais no pós-cirúrgico.
Mito – A cirurgia evoluiu muito nos últimos anos. Atualmente, é feita por videoendoscopia e dispensa cortes no rosto e o uso dos incômodos tampões pós-operatórios. A única incisão é interna, sem causar hematomas na face.