A ejaculação precoce é uma disfunção sexual comum em homens. O problema é caracterizado pelo orgasmo e a eliminação de sêmen com mínimo estímulo e mais rápido do que o desejado, antes ou logo após a penetração. Estima-se que essa condição afeta cerca de 30% da população masculina em algum momento da vida. A condição, que pode estar associada a fatores físicos ou psicológicos, impacta diretamente a autoestima e a vida sexual. Entretanto, ao identificar a causa subjacente, a disfunção pode ser controlada a partir da adoção de técnicas de exercícios, medicamentos ou psicoterapia.
De acordo com o médico urologista Adelmo Aires Negre, professor e coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFTO), alguns critérios ajudam a identificar essa disfunção sexual comum em homens. “Considera-se o quadro quando a eliminação do sêmen ocorre logo após a estimulação sexual, antes mesmo da penetração; na incapacidade de controlar/atrasar a ejaculação nas penetrações; e na frustração e ansiedade por não conseguir concluir a atividade sexual e, consequentemente, satisfazer ambas as partes durante o sexo”, descreve o médico.
A ejaculação precoce, seja temporária ou crônica, pode ter causas multifatoriais. Essas causas incluem questões psicológicas associadas principalmente à ansiedade e depressão; e biológicas, como hipersensibilidade peniana, níveis alterados de neurotransmissores no sistema nervoso central e a sensibilidade dos receptores no centro controlador da ejaculação. Além disso, estilo de vida e técnica sexual inadequada ou baixa frequência de atividade sexual podem interferir. “Em muitos pacientes é difícil isolar um único fator. Por isso, compreender todo o quadro, identificar a causa subjacente e buscar ajuda especializada é fundamental para um tratamento personalizado, seguro e eficaz”, observa o especialista, que é diretor presidente da Sociedade Brasileira de Urologia da Seccional do Tocantins.
Recomendações
- Adote estratégias comportamentais: técnicas como a compressão e o método ‘parar-reiniciar’ são eficazes para ganhar mais controle durante o ato sexual. Ao interromper a atividade antes da ejaculação e retomar depois de alguns momentos, é possível prolongar a relação e melhorar o desempenho.
- Terapias tópicas: cremes ou sprays que dessensibilizam o pênis são uma opção para retardar a ejaculação. Embora não alterem a sensação do clímax, podem prolongar a duração do ato sexual.
- Considere o uso de medicamentos quando prescritos pelo médico: inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como a dapoxetina, podem prolongar o tempo até a ejaculação. Originalmente usados para tratar a depressão, esses remédios têm se mostrado promissores no combate à ejaculação precoce.
- Melhore a qualidade da ereção: o tratamento da disfunção erétil também pode impactar positivamente o controle da ejaculação, aumentando a satisfação para ambos os parceiros.
- Evite soluções caseiras ineficazes: muitos homens buscam soluções por conta própria, utilizando técnicas de autoajuda como a masturbação antes da relação sexual, o uso de preservativos múltiplos para reduzir a sensibilidade peniana ou a distração mental durante o sexo. Embora essas abordagens possam oferecer algum alívio, não se caracterizam como um tratamento.
- Busque orientação profissional: com o acompanhamento médico adequado é possível identificar as causas específicas da ejaculação precoce e adotar um plano de tratamento personalizado, seja através de terapias comportamentais, medicamentosas ou combinadas.