Os miomas são tumores uterinos benignos formados por tecido muscular, que acometem mulheres em idade fértil. A doença relativamente comum e normalmente relacionada a desequilíbrios hormonais, pode causar uma série de sintomas desconfortáveis, a exemplo de fluxo menstrual intenso, desconforto e cólicas abdominais, que podem impactar significativamente a saúde e a qualidade de vida. A depender do caso, o tratamento pode demandar métodos cirúrgicos tradicionais. Entretanto, com os avanços no campo da medicina, a embolização realizada por hemodinâmica se destaca como uma abordagem inovadora e minimamente invasiva para tratar essa condição.
Enquanto algumas mulheres podem conviver com miomas sem muitos sintomas, para outras é desafiador pois, além de doloroso, pode estar relacionado a casos de infertilidade. Portanto, o tratamento da doença depende exclusivamente do perfil de cada paciente. Em mulheres que já tenham filhos e que não desejam engravidar novamente, é recomendada a remoção do útero, chamada histerectomia. Já em pacientes jovens, pode ser indicado tratamento com medicamentos que bloqueiam a atividade de hormônios como o estrogênio.
Entretanto, com o avanço da medicina, uma abordagem inovadora e minimamente invasiva tem se mostrado uma alternativa segura e eficaz para tratar miomas uterinos. “Diferentemente dos métodos cirúrgicos tradicionais, como a miomectomia e a histerectomia, que são mais invasivos, a embolização por hemodinâmica é uma opção menos agressiva indicada, especialmente, para pacientes com quadros de saúde mais delicados e para aquelas que desejam preservar o útero e, consequentemente, a possibilidade de engravidar”, explica o médico radiologista intervencionista Accácio Junqueira, do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES).
Minimamente Invasivo
Realizado sob sedação, o procedimento consiste em levar um cateter fino, inserido por meio de uma pequena punção na virilha, que é guiado até as artérias uterinas, responsáveis por nutrir o mioma. “Chegando na circulação do mioma, microesferas são então injetadas para obstruir o fluxo sanguíneo para o tumor, privando-o de oxigênio e nutriente. Consequentemente, tal ação fará com que ele regrida de tamanho até desaparecer”, explica o especialista. Todo o procedimento é acompanhado por imagens de raio-X em tempo real para maior precisão. Por ser um procedimento minimamente invasivo e sem cortes, o especialista conclui que a recuperação é rápida e os resultados são excelentes, pois resultam na preservação do útero e na redução efetiva do fluxo e das cólicas menstruais. Com isso, reverte possíveis quadros de anemia e melhora consideravelmente a disposição e qualidade de vida destas pacientes.