O funcionamento do corpo da mulher tem peculiaridades quando comparado ao organismo do homem. Por esse motivo, metodologias e equipamentos foram desenvolvidos para cuidar da saúde feminina de forma mais ampla. Dentro deste contexto, a medicina desenvolveu, ao longo dos anos, duas modalidades distintas de procedimentos histeroscópicos. Essas intervenções envolvem a visualização do interior do útero e permitem a avaliação e o tratamento da saúde ginecológica da paciente.
Do grego histero, que significa útero, e scopeo, que significa examinar ou ver, a histeroscopia pode ser diagnóstica ou cirúrgica. Realizada principalmente para fins de investigação de problemas ou condições uterinas, o procedimento diagnóstico é realizado por meio de um histeroscópio que é inserido pelo canal vaginal e colo do útero, permitindo que o médico visualize a cavidade uterina. De acordo com o médico ginecologista Thiers Soares, especialista em cirurgia minimamente invasiva, a histeroscopia diagnóstica é frequentemente utilizada para cuidar da saúde feminina.
O procedimento ajuda a identificar problemas como pólipos uterinos, miomas dentro do útero, sinéquias e malformações uterinas, assim como causas de sangramento anormal e avaliação de infertilidade. “O tratamento é tipicamente menos invasivo e pode ser realizado em regime ambulatorial, sem a necessidade de anestesia geral”, explica o especialista. Porém, caso a paciente prefira, pode ser feita com anestesia em centro cirúrgico.
Intervenções
O médico explica que as mulheres também podem se beneficiar da tecnologia desenvolvida pela histeroscopia cirúrgica, que envolve não apenas a visualização do útero para o diagnóstico, mas também procedimentos cirúrgicos dentro da cavidade uterina. A técnica é comumente empregada para remoção de pólipos e miomas, tratamento de sinéquias uterinas, ablação endometrial e remoção de septos uterinos – que são divisões internas anormais. A histeroscopia cirúrgica também é utilizada para a colocação ou remoção de dispositivos intrauterinos (DIU). “Neste caso, o procedimento é realizado com sedação venosa ou inalatória, dependendo do caso e das preferências da paciente”, finaliza.