Pelo fato de ser um problema relativamente comum entre as populações no mundo, a constipação intestinal tem sido alvo de vários estudos. Um dos focos dos pesquisadores é investigar se os probióticos poderiam ajudar a controlar ou diminuir esses sintomas desagradáveis. A fim de verificar esse efeito, cientistas chineses investigaram a ação do probiótico Lactobacillus casei Shirota (LcS) sobre a constipação de indivíduos adultos. Os pesquisadores avaliaram os benefícios do LcS na constipação intestinal, especialmente em relação à consistência das fezes.
De acordo com os autores do estudo ‘Differential effects of Lactobacillus casei strain Shirota on patients with constipation regarding stool consistency in China’, o problema afeta aproximadamente 8,2% da população chinesa. “Já está demonstrado que probióticos conferem benefícios aos pacientes com constipação. No entanto, como agem em pacientes constipados com consistências fecais variáveis ainda não está claro. E foi isso que investigamos”, afirmam.
Em princípio, 82 pacientes constipados foram divididos em três grupos de acordo com a Bristol Stool Form Scale (BSFS). Essa escala define os critérios para análise das fezes: duras, normais e moles: hard stool (HS), normal stool (NS) e soft stool (SS). Em seguida, os participantes de cada grupo consumiram uma bebida probiótica contendo 10 bilhões de LcS diariamente, durante 28 dias. Os cientistas compararam a consistência das fezes e a constipação, antes e após o consumo.
Como resultado, as análises mostraram que quatro semanas de suplementação com LcS suavizaram as fezes duras no HS, assim como endureceram as fezes moles no SS e não alteraram a consistência ideal das fezes no NS. Além disso, as concentrações de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) foram maiores em SS, seguidas por NS e HS. Dessa forma, o estudo mostrou os benefícios do LcS na constipação intestinal.
A intervenção LcS também aumentou a abundância de Pseudobutyrivibrio e Roseburia em HS, e diminuiu a abundância de Pseudobutyrivibrio em SS. “A intervenção LcS aliviou significativamente os sintomas relacionados à constipação e aumentou a frequência de defecação em todos os indivíduos. Portanto, estes efeitos podem estar associados à modulação da microbiota intestinal e à produção de AGCC”, resumem os autores.
Incidência
A constipação intestinal é um problema relativamente comum no mundo. No Brasil, por exemplo, cerca de 30% da população sofre deste problema, de acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Embora geralmente ocorra sem gravidade, a constipação pode reduzir a produtividade no trabalho e interferir nas atividades da vida diária. Além disso, prejudica a qualidade de vida e eleva os custos de manutenção da saúde.