Mobilidade e autonomia são indicadores fundamentais

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Mobilidade do idoso é sinal de saúde

Escrito por: Elessandra Asevedo

Envelhecer é um processo contínuo, gradual e natural, caracterizado por mudanças morfológicas e funcionais do organismo ao longo da vida. Nas últimas décadas, uma grande preocupação tem sido melhorar a qualidade de vida e a saúde das pessoas que estão envelhecendo. E, dentre os parâmetros de qualidade de vida, mobilidade e autonomia são indicadores fundamentais para a independência, permitindo que o idoso cuide de suas atividades básicas.

Neste contexto estão alimentação, higiene pessoal, sair para fazer compras, administrar a vida financeira, usar meio de transporte, cozinhar e, o mais importante, cuidar da própria saúde. Além disso, a socialização dentro e fora do âmbito familiar é fundamental para manter a saúde mental e física. Com isso é possível reduzir o nível de estresse e ansiedade, restabelecendo a autoestima e a alegria.

De acordo com a fisioterapeuta Marcela Belchior, coordenadora assistencial do São Cristóvão Saúde, a mobilidade e autonomia são indicadores fundamentais para a qualidade de vida dos idosos. “Dores musculares, perda de flexibilidade, diminuição de força e equilíbrio interferem na mobilidade, na capacidade de locomoção e no convívio social“, afirma.

Assim, a baixa mobilidade pode gerar isolamento e declínio acentuado das capacidades cognitivas e do sistema imunológico, gerando aumento da vulnerabilidade a doenças crônico-degenerativas. “Tudo isso gera uma cascata cíclica de disfunções físico-funcionais”, sinaliza. Dentre os prejuízos estão a diminuição da massa muscular, conhecida como síndrome da fragilidade. Essa condição prejudica a capacidade de o idoso realizar tarefas cotidianas, diminuindo a independência e aumentando o risco de quedas e fraturas.

Quedas

As quedas na terceira idade acarretam diversos problemas na saúde física e mental do idoso. Por exemplo, aumentam o número de assistências sociais e sanitárias, além de gerar elevados índices de morbimortalidade. “Durante o processo de atendimento do idoso precisamos ressaltar a importância da prática de exercícios físicos”, pontua a especialista, que é responsável pela fisioterapia hospitalar do São Cristóvão Saúde. Mesmo que não tenha o hábito de se exercitar, o idoso pode procurar ajuda de profissionais qualificados para iniciar uma atividade física.

Em caso de limitações, a família do idoso deve fazer adaptações para preservar a sua independência. Dentre os exemplos estão a instalação de barras de apoio e rampas na casa, uso de órteses como bengalas e andadores, adaptação de corrimões, remoção de tapetes e instalação de pisos antiderrapantes.

Envelhecimento global

De acordo com um levantamento recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), a população mundial está envelhecendo mais rapidamente do que no passado. Esse fenômeno ocorre principalmente em países da América Latina e no Caribe, onde transições demográficas acontecem de forma mais acelerada.

A pesquisa mostra que, em 2020, cerca de 8% da população tinha 65 anos ou mais. Entretanto, as estimativas indicam que esse número deverá dobrar até 2050, excedendo 30% até o final do século 21. No Brasil, o Censo publicado em 2022 registra que a população com 60 anos ou mais cresceu 56% em relação a 2010, representando 15,6% do total de brasileiros.

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