Probióticos na gestação evitam alergias no bebê

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Probióticos na gestação evitam alergias nos bebês

Escrito por: Adenilde Bringel

Desde o início dos anos 2000, estudos identificaram que bebês criados em fazendas tinham menor risco de doenças alérgicas. Essas observações deram origem à ‘hipótese da higiene’, que ligava a exposição precoce a microrganismos a uma melhor maturação imunológica e, consequentemente, a um risco reduzido de alergia ao longo da vida. Desde então, os cientistas conseguiram demonstrar que o sistema imunológico materno é realmente muito importante para o desenvolvimento do sistema imunológico dos bebês, assim como o tipo de parto e a amamentação, entre outros fatores externos.

Como também é consenso de que os probióticos ajudam a regular as respostas imunológicas, a administração de probióticos a mulheres grávidas talvez possa influenciar o desenvolvimento do sistema imunológico fetal e, assim, reduzir a probabilidade de bebês e crianças desenvolverem uma condição alérgica.

Para validar essa possibilidade de menor risco de doenças alérgicas, a revisão ‘Do probiotics in pregnancy reduce allergies and asthma in infancy and childhood? a systematic review’, publicada em 2022 na revista científica Nutrients, apresenta algumas evidências de que a administração de probióticos a mulheres grávidas pode reduzir a incidência de doenças alérgicas em seus filhos. De um total de 850 artigos identificados na busca, seis foram elegíveis para a criteriosa revisão desenvolvida por pesquisadores do Reino Unido.

Os estudos selecionados para a revisão sistemática tinham, obrigatoriamente, de ser um estudo controlado randomizado comparando um tratamento probiótico a um grupo controle. Além disso, as mães deveriam ter recebido o probiótico durante a gravidez ou gravidez e lactação, e uma medida de alergia deveria ter sido relatada nas crianças. Outro critério era ser um artigo de pesquisa completo publicado no idioma inglês. Os critérios de exclusão incluíram uso combinado de probióticos com outra intervenção, uso de simbióticos (probióticos e prebióticos) e probióticos administrados às crianças.

Dois estudos mostraram que a incidência de eczema ou dermatite atópica foi reduzida nos bebês pelos probióticos ingeridos pelas mães. Um estudo não encontrou efeito na incidência global de sensibilização atópica, mas uma redução em um subgrupo de crianças com alto risco hereditário de doença alérgica. Um estudo não encontrou nenhum efeito na análise de intenção de tratar, mas uma redução na dermatite atópica

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