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Transtorno neurológico que afeta as pálpebras

Escrito por: Elessandra Asevedo

As contrações involuntárias das pálpebras que causam fechamento forçado dos olhos podem ser um sintoma do blefaroespasmo. Esse transtorno de causa neurológica que costuma surgir após os 40 anos de idade, afeta uma a duas pessoas a cada 100 mil pessoas, principalmente as mulheres. Esse movimento involuntário das pálpebras pode deixar a vista mais irritada, ressecada e com a produção lacrimal prejudicada. De difícil identificação, o transtorno pode ser confundido com problemas oftalmológicos que afetam a córnea.

O diagnóstico do blefaroespasmo é essencialmente clínico. “Geralmente, não se recorre a exames complementares, mas uma eletromiografia dos músculos das pálpebras pode documentar a presença das contrações involuntárias”, explica o neurologista Egberto Reis, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Entre os problemas enfrentados pelos portadores do transtorno está a dificuldade para realizar atividades diárias que dependem da visão, como ler, assistir televisão e dirigir.

Eventualmente, os movimentos involuntários podem estender-se para músculos adjacentes, a asa do nariz, os lábios e a mandíbula. Embora não exista cura, tratamentos com injeções de toxina botulínica para o relaxamento dos músculos palpebrais minimizam em 80% o mal-estar. A técnica, que tem duração média de três meses, precisa ser reaplicada por toda a vida. Nos casos mais raros em que a resposta à toxina não surte efeito, pode ser feita uma ressecção cirúrgica parcial dos músculos palpebrais.

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