Medo e preconceito nos homens sobre vasectomia

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Mitos e verdades sobre a vasectomia

Escrito por: Elessandra Asevedo

A vasectomia é considerada um método de esterilização permanente. No entanto, existe a possibilidade de reversão em alguns casos, que consiste em religar os canais permitindo que os espermatozoides voltem a circular. Entretanto, a reversão não é totalmente garantida e depende de vários fatores, como o tempo decorrido desde a vasectomia, a técnica utilizada, a idade do homem e a qualidade do sêmen. Por causa dessas e de outras questões, alguns tabus envolvendo o assunto geram medo e preconceito nos homens que desejam se submeter à cirurgia.

A reversão é um procedimento mais complexo, demorado e caro do que a vasectomia, e pode não ser coberto pelo plano de saúde ou pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Por isso, a vasectomia deve ser considerada como uma decisão definitiva, e só deve ser feita por homens que têm certeza de que não querem mais ter filhos biológicos”, explica o médico cirurgião geral Ernesto Alarcon, especialista em videolaparoscopia.

Vasectomia aumenta o risco de câncer?

Esse é um mito que surgiu a partir de alguns estudos que sugeriram a associação entre a vasectomia e o câncer de próstata. No entanto, esses estudos foram contestados por outros que não encontraram nenhuma relação causal entre os dois. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) afirmam que não há evidências científicas que comprovem que a vasectomia aumente o risco de câncer de próstata.

“Os homens que fizeram ou pretendem fazer vasectomia devem seguir as mesmas recomendações de prevenção e rastreamento do câncer de próstata que os demais”, alerta o médico Ernesto Alarcon. Dentre as ações estão manter uma alimentação saudável, praticar atividade física, evitar o tabagismo e o alcoolismo, e fazer exames periódicos a partir dos 50 anos de idade ou antes, se houver fatores de risco ou sintomas.

Vasectomia e o uso de preservativo

Esse é um erro grave que pode colocar em risco a saúde do homem e da parceira. A vasectomia só previne a gravidez, mas não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST) como HIV, sífilis, gonorreia, clamídia, HPV, herpes e hepatites, entre outras.

Além disso, a vasectomia não é efetiva imediatamente após a cirurgia, pois ainda pode haver espermatozoides residuais no canal. Por isso, é necessário fazer um exame de espermograma após cerca de três meses do procedimento (ou 20 ejaculações), para confirmar a ausência de espermatozoides no sêmen. Neste período, é preciso usar outro método contraceptivo, como o preservativo, para evitar uma gravidez indesejada.

“Portanto, a vasectomia não substitui o uso de preservativo, que é o único método que previne tanto a gravidez quanto as IST. É importante buscar informações confiáveis e conversar com o médico”, alerta. O especialista ressalta, ainda, que a vasectomia é uma escolha pessoal e responsável, que deve ser tomada com consciência e segurança. Desde que estejam bem informados, o medo e o preconceito nos homens deixarão de interferir nessa importante decisão.

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