Um dos métodos de tratamento de câncer de mama que vem chamando a atenção é a crioablação. Também conhecida como crioterapia aplicada em câncer, a técnica tem ampla utilização global em casos de tumores metastáticos e uma longa história de aplicação. Dessa forma, a crioterapia apresenta resultados satisfatórios no tratamento de tumor de mama.
A vantagem da técnica é que, por ser minimamente invasiva, oferece menos riscos e uma recuperação mais rápida aos pacientes. O procedimento envolve a aplicação de ciclos alternados de congelamento e descongelamento em tecido neoplásico utilizando criosondas. Popularmente conhecidas como ‘agulhas’, essas criosondas alcançam temperaturas extremamente baixas, variando de -40°C a -160°C, resultando na destruição das células cancerígenas.
Com o procedimento de crioterapia aplicada em câncer é formada uma ‘bola de gelo’ na mama, que envolve as células necrosadas do tumor, assim como aquelas da margem de segurança em torno dele. Atualmente, diversos países têm conduzido estudos com o intuito de avaliar a técnica como uma opção de tratamento para o câncer de mama.
No Brasil, há uma pesquisa clínica sendo desenvolvida por hospitais na cidade de São Paulo, entre eles o Hospital do Coração (HCor). Os resultados preliminares têm se mostrado muito promissores, com eficácia superior a 90%. Portanto, a crioterapia apresenta resultados satisfatórios. Dessa forma, o procedimento poderá ser uma alternativa à cirurgia quando o tumor ainda se encontra em estágio inicial e com baixo risco de recorrência.
Na pesquisa clínica em andamento, cerca de 30 mulheres já foram submetidas à crioablação. “Atualmente, conseguimos diagnosticar tumores muito pequenos e precisamos desenvolver as técnicas para tratá-los na mesma proporção”, explica o médico mastologista Afonso Nazário, do HCor. Ainda há muito o que avaliar, mas, além da alta eficácia no tratamento do câncer, os pesquisadores verificaram uma grande satisfação de pacientes e médicos com a técnica.
Depois da crioablação, os pacientes fazem uma ressonância magnética para verificar se ainda há células malignas. Algumas semanas depois, são submetidos à cirurgia com a retirada da região onde se localizava o tumor para confirmar a eficácia da crioablação. Após a destruição total, que leva cerca de 15 dias, o tratamento segue o protocolo que pode incluir radioterapia e quimioterapia.
Dados
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o Brasil foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2023. Os números chamam a atenção da área da saúde para o acesso ao diagnóstico e tratamento precoces.