O ronco é um som produzido durante o sono pela vibração das estruturas da garganta, no céu da boca e na úvula, devido à passagem restrita de ar. Esse estreitamento pode ser resultado de uma série de fatores, a exemplo da posição incorreta do corpo durante o sono, em decorrência de uma congestão nasal, de sobrepeso ou pelo consumo excessivo de álcool. Apesar de ser uma condição comum, roncar não é sinal de sono profundo e reparador, mas sim o indicativo de uma dificuldade em respirar que prejudica a qualidade do sono e o bem-estar e que precisa ser avaliada por um especialista.
A região por onde passa o ar, atrás da garganta, é estreita com o formato cilíndrico. Quando fica mais fechada – seja pelo relaxamento muscular ou por alguma obstrução –, a passagem do ar diminui provocando vibração nessa estrutura e, consequentemente, o ronco. Em algumas situações, a língua também vibra, o que deixa o barulho ainda mais intenso. De acordo com a literatura médica, a condição é mais incidente entre os homens. Isso ocorre porque a faringe masculina tem uma predisposição maior à obstrução.
De acordo com o médico otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros, membro do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), o ronco normal geralmente é esporádico e não faz a pessoa acordar cansada. “O indivíduo precisa procurar ajuda quando esses episódios são recorrentes e intensos, e quando interferirem na qualidade do sono, na disposição ao acordar e na energia durante o dia”, orienta.
Causas principais
Inúmeros fatores podem estar associados ao ronco. Se a posição de dormir for de barriga para cima, por exemplo, o ronco tende a ocorrer mais frequentemente, pois pode levar à obstrução parcial das vias respiratórias. “Isso ocorre por causa da ação da gravidade, que empurra a língua e outras estruturas para trás”, descreve o especialista.
Indivíduos com congestão nasal, em decorrência de alergias, resfriados ou outros problemas respiratórios, também estão mais propensos a roncar. O sobrepeso e a obesidade também influenciam, pois o acúmulo de gordura – especialmente ao redor do pescoço – pode contribuir para o estreitamento das vias respiratórias, aumentando a vibração e os ruídos.
Geralmente, o indivíduo descobre que ronca devido à reclamação de quem está a seu lado. Por isso, é normal passar algum tempo sem buscar ajuda médica. Entretanto, o médico enfatiza que é preciso estar atento aos fatores de risco e aos sinais como cansaço durante o dia, despertar noturno frequente, sonolência, irritabilidade, entre outros, que são indícios de que o ronco está prejudicando a saúde.
“Em muitos casos o ronco pode ser um sintoma de apneia do sono, um distúrbio preocupante que faz com que a pessoa pare de respirar temporariamente por inúmeras vezes durante o descanso”, alerta. Em torno de 30% das pessoas que roncam não sabem que têm essa condição e, por isso, a ajuda especializada é essencial, uma vez que o ronco prejudica a qualidade do sono.
Outros fatores que aumentam a probabilidade de ronco
- Aumento das amígdalas ou adenoide
- Desvio de septo nasal
- Alterações hormonais
- Gestação
- Ingestão de álcool, tranquilizantes e relaxantes musculares