Considerada uma doença respiratória transmissível, a pneumonia pode ser fatal. A intensidade varia de leve a muito grave, dependendo da causa e das condições de cada indivíduo. De acordo com o Ministério da Saúde, a enfermidade mata mais crianças do que qualquer outra doença transmissível, levando a óbito mais de 700 mil menores de cinco anos a cada ano, ou seja, cerca de 2 mil por dia.
Segundo a médica pneumologista Soraia Bernardo Monteiro Cardoso, professora da Universidade Potiguar (UnP), a pneumonia pode ser causada por vírus ou bactérias. Entre os vírus estão o Influenza e vírus sincicial respiratório (VSR), enquanto as bactérias incluem pneumococo (Streptococcus pneumoniae) e micoplasma (Mycoplasma pneumoniae). Além disso, alguns fungos podem atingir pessoas com imunidade muito baixa, assim como parasitas que, no seu ciclo evolutivo, passam pelo pulmão. Um exemplo é o Ascaris lumbricoides.
Os principais sintomas são tosse, que pode ser seca e geralmente tem catarro amarelado; dor torácica e, se a doença atingir uma extensão pulmonar maior que 50%, falta de ar. O paciente também pode apresentar sintomas gerais como febre, falta de apetite e má disposição. Na maioria dos casos, os sintomas agudos aparecem em dois a sete dias. “O diagnóstico é feito pela história do paciente, exame físico geral e pulmonar e radiografia de tórax”, esclarece a médica.
Fases distintas
A pneumonia possui algumas fases. A inicial é chamada de congestão, na qual o organismo começa a se defender contra o agente causador. A segunda é a hepatização, em que o pulmão perde a aparência de esponja e fica consolidado como o fígado. A última fase é de resolução da doença.
De acordo com a médica, para o tratamento é importante manter o paciente bem hidratado, usar analgésicos, antitérmicos e antibióticos. “Nos últimos anos, começaram a ser lançados novos antibióticos. No entanto, devemos lembrar que o uso controlado e adequado é importante porque o uso errado dessas medicações leva à resistência das bactérias”, alerta.
Atenção necessária
A pneumonia pode ser fatal. O principal risco é para crianças menores de dois anos, idosos e pessoas com enfermidades como diabetes e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Além disso, há risco para o usuário de medicações que diminuem a imunidade, por exemplo os quimioterápicos, e para os que fazem uso de substâncias que diminuem a defesa do organismo, a exemplo de álcool, cigarro ou drogas.
Segundo a especialista, o perigo da pneumonia se deve por vários fatores. Primeiro, pela virulência do agente e quantidade de agentes causadores que atingiram o pulmão. Ademais, depende de como estão as defesas locais e sistêmicas do indivíduo. “Sabemos que pacientes com DPOC e fumantes têm a defesa local diminuída, assim como pessoas com diabetes, aids e uso de quimioterápicos têm as defesas gerais comprometidas”, pontua.
Para prevenção, a vacina contra o vírus Influenza disponível no sistema público de saúde deve ser administrada todo ano. Já na rede privada existe a vacina contra o vírus sincicial respiratório. “Tanto na rede pública quanto privada estão disponíveis, ainda, as vacinas contra pneumococo para adultos e crianças”, enfatiza a médica.