As doenças metabólicas constituem uma séria ameaça à saúde pública. Representadas por enfermidades como obesidade, diabetes mellitus, doença hepática gordurosa não alcoólica (DNAFL) e osteoartrite, nos últimos anos cada vez mais estudos têm mostrado que as doenças metabólicas podem ter relação com a microbiota intestinal. Para explorar essas possibilidades, cientistas chineses desenvolveram uma revisão narrativa sobre as evidências relacionadas ao uso de probióticos, prebióticos, simbióticos e pós-bióticos (PPSP) nessas doenças.
De acordo com os autores, probióticos, prebióticos, simbióticos e pós-bióticos são poderosos reguladores da microbiota intestinal, possuindo assim perspectivas para prevenir as doenças metabólicas. “Portanto, vale a pena discutir e esclarecer os efeitos e mecanismos do PPSP em doenças metabólicas que visam a microbiota intestinal”, afirmam. Geralmente, o uso de PPSP beneficia o gerenciamento de doenças metabólicas, especialmente a obesidade e o diabetes mellitus tipo 2.
Os autores explicam que os mecanismos subjacentes relacionados aos microbianos intestinais são principalmente a modulação da composição da microbiota intestinal, a regulação dos metabólitos microbianos do intestino e a melhoria da função da barreira intestinal. “Os ensaios clínicos avaliados na revisão mostraram os benefícios do PPSP em pacientes com doenças metabólicas”, acentuam. Em contrapartida, as estratégias clínicas para diabetes mellitus gestacional, a fórmula ideal de simbióticos e os benefícios para a saúde dos pós-bióticos precisam de mais estudos.
Achados
De acordo com os autores, a revisão resume completamente a relação entre probióticos, prebióticos, simbióticos, pós-bióticos e doenças metabólicas, apresentando resultados promissores. “Ademais, damos uma especial atenção para ilustrar possíveis mecanismos e efeitos clínicos, o que poderia contribuir para a próxima pesquisa e desenvolvimento do PPSP”, relatam.
Assim, os pesquisadores continuam explorando diferentes soluções compatíveis para o melhor efeito terapêutico, e sugerem que a co-intervenção de várias cepas de bactérias vivas pode ser uma maneira promissora. “Além disso, novas estratégias de processamento de alimentos, como prebióticos modificados por enzimas e alimentos naturais fermentados por probióticos, foram desenvolvidas para aumentar os efeitos benéficos”, asseguram. O artigo ‘Effects and mechanisms of probiotics, prebiotics, synbiotics, and postbiotics on metabolic diseases targeting gut microbiota: a narrative review’ foi publicado em 2021 no periódico Nutrients.