Papel da microbiota-da pele nas doencas

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O papel da microbiota nas doenças da pele

Escrito por: Elessandra Asevedo

A pele é o habitat de diversos microrganismos, entre os quais estão fungos, bactérias e vírus. Assim, a pele possui uma microbiota bastante parecida com a do intestino em termos de desenvolvimento da homeostase (estabilidade) e do sistema imunológico. As interações dessa microbiota com células epiteliais ou imunológicas desempenham papéis críticos, por exemplo, na cicatrização de feridas, restauração de barreiras e proteção patogênica. Dessa forma, alterações quantitativas e qualitativas na microbiota da pele podem estar associadas à disfunção do sistema imunológico e, consequentemente, ao aparecimento de doenças, possivelmente levando à indução de distúrbios inflamatórios.

O artigo científico ‘Microbiota in skin inflammatory diseases’, publicado na revista científica Frontiers, detalha sobre a microbiota e o aparecimento de doenças na pele. Os autores afirmam que a microbiota da pele pode desempenhar papéis cruciais na remodelação das respostas imunes e inflamatórias. Entretanto, os mecanismos exatos pelos quais essas alterações microbianas induzem distúrbios inflamatórios na pele ainda precisam ser mais bem definidos. “A pele dos mamíferos fornece um habitat para diversos microrganismos. Além disso, contém folículos capilares ou apêndices que fornecem um ambiente presumivelmente favorável à acessibilidade microbiana”, argumentam.

De acordo com os cientistas, é necessário explorar sistemicamente os fatores etiológicos responsáveis pelas alterações na composição da microbiota da pele. “Por exemplo, é essencial validar as interações celulares e moleculares entre a microbiota da pele e as células hospedeiras, que são úteis para compreender melhor a causa e o efeito da patogênese das inflamações da pele, tais como como psoríase e dermatite atópica”, sinalizam. Dessa forma, essas abordagens poderão fornecer informações sobre o desenvolvimento de diagnósticos e terapêuticas para inflamações da pele.

Os pesquisadores reforçam, ainda, é preciso entender melhor as interações celulares e moleculares entre a microbiota da pele e as células hospedeiras. Desta forma, será possível compreender a causa e o efeito da patogênese das inflamações da pele e, assim, ajudar a melhorar o desenvolvimento de diagnósticos e tratamentos para várias doenças que atingem o maior órgão do corpo humano.

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