Prevenção e tratamento de distúrbios neurológicos

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Microbiota e os distúrbios neuropsiquiátricos

Escrito por: Elessandra Asevedo

No artigo The brain-gut-microbiota axis in the treatment of neurologic and psychiatric disorders, publicado na revista Arquivos de Neuro-Psiquiatria da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), pesquisadores da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) reforçam a importância da microbiota intestinal para a prevenção e o tratamento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos.

Na revisão, os autores reforçam que há evidências crescentes de que o desequilíbrio intestinal pode desempenhar um papel vital no desenvolvimento, na função e nos distúrbios do sistema nervoso central. Os autores lembram que há uma ampla discussão sobre os mecanismos de interação entre a microbiota intestinal na atividade neuronal. Ao mesmo tempo, várias vias potenciais estão envolvidas com essa interação, de forma direta e indireta, incluindo o nervo vago e as vias endócrinas, imunes e bioquímicas.

A disbiose intestinal tem sido associada a distúrbios neurológicos de diferentes formas que envolvem a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, desequilíbrio na liberação de neurotransmissores, inflamação sistêmica e aumento da permeabilidade do intestino e da barreira hematoencefálica. O artigo sintetiza a influência do desequilíbrio de bactérias da microbiota intestinal nos transtornos mentais e neurológicos, incluindo doença de Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla e epilepsia, assim como os distúrbios do sono e de humor, como depressão e ansiedade.

Os autores sugerem que essas informações sejam um alerta para o desenvolvimento de mais estudos que reforcem a relevância da microbiota intestinal na prevenção e no tratamento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Além disso, reforçam a importância de diagnosticar, prevenir e tratar a disbiose intestinal corretamente. Desta forma, poderá ser possível ajudar na prevenção e tratamento de distúrbios neurológicos. Os pesquisadores lembram, ainda, que a composição da microbiota intestinal pode ser afetada por fatores como dieta, metabolismo, idade, estresse, temperatura, localidade, estações do ano, sono e medicamentos, entre outros.

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