Endocardite é uma doença grave e fatal

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Endocardite é grave e pode ser fatal

Escrito por: Fernanda Ortiz

A endocardite infecciosa (EI) é uma doença grave e potencialmente fatal que acomete o revestimento interno do coração (endocárdio), grandes artérias e válvulas cardíacas defeituosas ou com próteses instaladas. De acordo com dados da literatura médica, a doença pode afetar 10 a cada 10 mil indivíduos, e ocorre quando bactérias de outras partes do corpo circulam pelo sangue e se prendem às áreas já danificadas do coração. Com sintomas que variam de acordo com a extensão da infecção, o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para evitar que a doença evolua para casos extremos.

Na maior parte dos casos, a infecção é causada por uma bactéria, mas fungos ou outros microrganismos também podem ocasionar a doença. Normalmente, o agente infeccioso entra na corrente sanguínea através de áreas com infecções, por cateteres ou agulhas, em procedimentos respiratórios, gástricos e urinários, que envolvam incisão ou biópsia. Além disso, podem contaminar por meio de procedimentos dentários como os que causam cortes nas gengivas, incluindo a falta de cuidados com a saúde bucal. “Este problema pode acarretar repercussões negativas como febre, fadiga, perda de peso, dor no peito e dificuldade para respirar”, explica o cardiologista Cláudio Magalhães Rangel, coordenador da Comissão de Residência Médica da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Muitos dos sinais da endocardite são semelhantes aos de outras doenças, assim como a intensidade e frequência podem variar de uma pessoa para outra. De acordo com o especialista, além de exames laboratoriais, o diagnóstico é realizado via ecocardiograma, que verifica se há alguma alteração nas válvulas cardíacas, a exemplo de coágulos. “Dependendo do caso, o cardiologista pode solicitar exames de imagem como tomografia computadorizada ou ressonância magnética para análise mais precisa”, comenta. 

Tratamento

Os tratamentos atuais incluem novos antibióticos e técnicas cirúrgicas que oferecem esperança para os pacientes que são acometidos por essa condição. O cardiologista explica que o tratamento medicamentoso é sempre o primeiro passo para neutralizar as bactérias. Entretanto, quando insuficiente para combater o agente infeccioso, a cirurgia passa a ser uma opção. “O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais, pois a ausência de cuidados pode acarretar complicações importantes como regurgitação valvar, que ocorre quando uma válvula malformada impede o fluxo correto do sangue, além de insuficiência cardíaca, embolia e sepse”, alerta.

Prevenção

Manter a higiene bucal é fundamental para evitar problemas como a endocardite, uma vez que esse é um fator de risco importante. Por isso, uma das principais recomendações é seguir com acompanhamento odontológico frequente e evitar fazer as refeições com dentes danificados e careados. “Nos procedimentos bucais, especialmente na gengiva que tende a sangrar, é indispensável o uso de antibiótico com pelo menos uma hora de antecedência, para evitar infecções”, acrescenta. Além disso, é preciso atenção redobrada com diagnósticos e tratamento infecciosos, assim como com a assepsia e troca periódica de curativos em feridas ou machucados.

Sintomas comuns

  • Sopro cardíaco
  • Febre alta
  • Calafrios e suores noturnos
  • Fadiga intensa
  • Falta de ar
  • Dor nos músculos, nas articulações e no peito
  • Perda de peso
  • Petéquias

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