Atividade física pode reduzir lombalgia

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Atividade física reduz risco de dor lombar

Escrito por: Fernanda Ortiz

As lombalgias respondem pela segunda maior causa de dor no mundo, atingindo 80% da população segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de ter como fatores desencadeantes tumores, cistos, lesões nos nervos, nas vértebras e nos discos, os elementos mecânico-posturais são os principais gatilhos para intensificar os quadros de dor. Má postura, sedentarismo, fraqueza nos músculos da região e uso errado do corpo estão entre as causas mais recorrentes. A boa notícia é que esses quadros podem ser prevenidos ou reduzidos com a prática regular de atividade física.

O protocolo de tratamento para dor lombar pode incluir diversas abordagens de acordo com o quadro clínico. Calor, eletroestimulação e infiltrações são algumas das opções. Entretanto, a prática regular de atividade física é a que comprovadamente oferece resultados mais efetivos e satisfatórios. “Evidentemente, o tratamento com aparelhos tem ação complementar e ajuda a aliviar a dor do paciente. Entretanto, para promover o realinhamento postural e o alívio da sobrecarga na região lombar o exercício tem papel fundamental”, avalia o médico ortopedista Antônio Krieger, do Hospital Marcelino Champagnat, no Paraná.

Dessa forma, estilo de vida, tabagismo e obesidade têm sido associados a um maior risco de desenvolver dores lombares, e até mesmo de quadros clínicos de hérnia de disco e ciatalgia. O médico lembra que as atividades da vida moderna desempenham um papel crucial nesse cenário. “Os longos períodos que passamos sentados, seja no trabalho, nos estudos e em meio ao trânsito contribuem para o sedentarismo e para a sobrecarga da coluna lombar”, enfatiza.

Além disso, posturas viciosas e falta de ergonomia agravam problemas na coluna. “A dor, seja no pescoço, costas ou lombar, é sempre o primeiro indicativo de que algo está em desarranjo. Desvio postural, contraturas musculares e sensação de cansaço crônico também são sinais de que a coluna não está bem”, orienta o especialista. A falta de ergonomia e a má postura podem sobrecarregar os discos (amortecedores) e as facetas (articulações), levando a um desgaste precoce da coluna. Portanto, criar uma cultura de exercícios físicos regulares e investir em mobiliário que garanta boa ergonomia é essencial para prevenir problemas.

Negligência leva à dor crônica

A dor crônica é uma condição médica caracterizada pela persistência de dor por longos períodos, geralmente acima de três meses, mesmo após o tratamento adequado. “A dor crônica da coluna pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente e afetar as atividades diárias, como trabalhar, dormir e se exercitar”, alerta o ortopedista Antônio Krieger. Além disso, pode aumentar os riscos de desenvolver distúrbios do sono, ansiedade e depressão, entre outras condições que intensifiquem o quadro de dor.

“Apesar de, muitas vezes, sermos conduzidos a suportar e conviver com a dor, essa não é uma situação normal e, portanto, precisa ser conduzida com cautela”, argumenta o especialista.  Ao primeiro sinal de incômodo e dores recorrentes na região da coluna – mesmo que suportáveis –, recomenda-se buscar ajuda especializada o quanto antes. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam as chances de cura e reduzem o risco de o paciente desenvolver dores crônicas.

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