Existe uma estreita relação entre nutrição, saúde e bem-estar físico e emocional. Afinal, através de uma dieta balanceada é possível oferecer todos os nutrientes que o organismo necessita para funcionar corretamente. Além de aumentar a imunidade e garantir o equilíbrio das funções do corpo, a alimentação saudável reduz os riscos de desenvolver uma série de enfermidades. Por outro lado, algumas escolhas alimentares podem ser prejudiciais à saúde e influenciar quadros inflamatórios, infecciosos e o surgimento de doenças, a exemplo do câncer colorretal.
O intestino delgado é o responsável pela absorção dos nutrientes, enquanto o intestino grosso (mais afetado pelos tumores intestinais) é encarregado da absorção de água e armazenamento dos resíduos excedentes da alimentação. De acordo com a médica proctologista Maristela Gomes de Almeida, do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos e do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), o que se come tem muita influência no funcionamento desses órgãos. “Quando a dieta não é nutritiva pode causar desde desnutrição até queixas frequentes de diarreia, flatulência e constipação. Além disso, é fator de risco para o aparecimento do câncer colorretal, da mesma forma que a genética, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo”, reforça.
Entre os alimentos mais prejudiciais estão os ultraprocessados, a exemplo de bolachas recheadas, salgadinhos, macarrão instantâneo, sopas de pacote, sorvetes e refeições congeladas. “Alguns conservantes e corantes presentes nestes alimentos estão ligados ao surgimento de câncer colorretal. Tais substâncias provocam uma inflamação nas células intestinais, o que pode estimular o crescimento desordenado de novas células”, ensina. Além disso, esse tipo de alimento prejudica a microbiota intestinal, pois a baixa presença de fibras estimula o crescimento de bactérias ruins. Outros alimentos que devem ser evitados são refrigerantes, embutidos e fast food em geral.
Consumo adequado
Carnes vermelhas são boas fontes de proteínas, ferro, zinco e vitamina B12. No entanto, quando consumidas em excesso também são prejudiciais à saúde. Embora o alimento não precise ser evitado, deve ser consumido em menor quantidade, ou seja, cerca de 500g por semana. Essa quantidade equivale a um bife pequeno em algumas refeições. “Dê preferência a preparos assados, cozidos ou ensopados, evitando temperaturas muito elevadas como as utilizadas para frituras, grelhados ou churrasco”, orienta. A médica afirma, ainda, que assim como o excesso de óleo faz mal à saúde, a fumaça derivada do carvão forma compostos químicos que são cancerígenos e aderem à superfície das carnes.
Álcool
Outro ponto de alerta são as bebidas alcoólicas, que podem contribuir para o aparecimento do câncer por mecanismos que danificam diretamente o DNA das células. Do mesmo modo, provocam estresse oxidativo, facilitam a penetração de carcinogênicos ambientais nas células e alteram o metabolismo hormonal. Com efeito, também provocam uma má nutrição, o que torna os tecidos humanos mais sensíveis aos efeitos do álcool. “Para se prevenir, o ideal é reduzir o consumo de álcool, preferencialmente evitando integralmente, e adotar uma dieta rica em fibras, pouco gordurosa e com bons nutrientes, incluindo frutas, verduras e vegetais”, acentua. Além disso, resgatar o prazer de cozinhar com a família, estimulando preparações mais saudáveis é outra boa opção. Finalmente, estimular a boa relação entre nutrição, saúde e bem-estar é fundamental.