Os movimentos intestinais pouco frequentes, que são comuns nos idosos, diminuem o número de bactérias benéficas no intestino. Consequentemente, aumentam o risco de câncer colorretal. Portanto, a correção desses problemas intestinais poderia contribuir para melhorar a saúde dessa população. Assim, pesquisadores japoneses resolveram investigar os efeitos do LcS na saúde intestinal de 338 idosos moradores de uma comunidade no Japão. Primeiramente, o objetivo era examinar as associações entre frequência de ingestão de produtos lácteos fermentados contendo LcS, quantidade e qualidade da atividade física e saúde intestinal.
O estudo envolveu 140 voluntários do sexo masculino e 198 do sexo feminino. Os idosos eram autossustentáveis e independentes, com idades entre 65 e 92 anos, e foram recrutados para o Estudo Nakanojo (Aoyagi e Shephard, 2009, 2010, 2011, 2013). “Examinamos os efeitos independentes e interativos sobre a microbiota fecal de dois determinantes potencialmente favoráveis da motilidade intestinal. Assim, analisamos frequência de ingestão de um produto lácteo fermentado contendo (LcS) e a quantidade/qualidade da atividade física habitual desses japoneses”, informam os autores.
Os participantes foram agrupados com base nas estimativas do questionário de ingestão de LcS (0-2, 3-5 e 6-7 dias/semana), assim como padrões de atividade física determinados por pedômetro/acelerômetro. Após ajuste para potenciais fatores de confusão, os respectivos números de várias bactérias fecais benéficas tenderam a ser maiores em consumidores mais frequentes de produtos contendo LcS. Ou seja, a tendência estatisticamente significativa para Lactobacillus total, o subgrupo Lactobacillus casei e o aglomerado de Atopobium. Em contraste, não houve diferenças estatisticamente significativas nas contagens bacterianas fecais entre os grupos de atividade física.
Resultados
Os cientistas concluíram que o risco de desenvolver evacuações infrequentes em idosos está inversamente associado à frequência de ingestão de produtos lácteos fermentados contendo LcS, assim como à quantidade e qualidade da atividade física habitual. Assim, o risco de problemas intestinais é substancialmente menor para idosos que consomem esses produtos 6-7 dias/semana. Além disso, daqueles que dão mais ou menos 7 mil passos por dia e/ou gastam aproximadamente 15 minutos/dia de atividade física. Neste caso, em uma intensidade que exige um gasto energético superior a três equivalentes metabólicos (METs).
“O principal mecanismo para melhorar a função intestinal parece diferir entre a suplementação de LcS (aumento de lactobacilos intestinais) e a atividade física (estimulação mecânica dos movimentos intestinais)”, afirmam os autores. Esses resultados sugerem que os idosos podem ingerir regularmente suplementos contendo LcS e praticar atividade física habitual moderada para melhorar a saúde gastrointestinal. O estudo ‘Independent and Interactive Effects of Habitually Ingesting Fermented Milk Products Containing Lactobacillus casei Strain Shirota and of Engaging in Moderate Habitual Daily Physical Activity on the Intestinal Health of Older People’ foi publicado no periódico Frontiers Microbiology em 2019.