A síndrome do impostor costuma atingir indivíduos de alto desempenho. Apesar do sucesso em alcançar seus objetivos, esses profissionais não conseguem internalizar as realizações e têm dúvidas persistentes, além de medo de serem expostos como uma fraude. Essa sensação os leva a achar que suas conquistas se devem mais a um ato de sorte do que à própria capacidade. Desta forma, é comum que essas pessoas sintam muita insegurança.
O resultado de quem sofre com a síndrome é se tornar um profissional que foge de novos desafios ou de uma recolocação profissional, elevando a necessidade de aprovação alheia e de procrastinação. De acordo com a professora do curso de Psicologia da Universidade Estácio, Elza Lobosque, embora não seja necessariamente uma doença, a síndrome do impostor pode trazer sérios danos à saúde mental.
“Por isso é importante receber ajuda de um profissional para tratar as consequências negativas que surgem no equilíbrio emocional e psicológico do paciente”, afirma. Do mesmo modo, o especialista poderá avaliar se o indivíduo está realmente sofrendo com a síndrome do impostor. Para evitar a síndrome, a sugestão é que cada pessoa saiba identificar seus pontos fracos. E isso vale tanto para quem está iniciando uma trajetória profissional como para aqueles que já atuam no mercado de trabalho.
Desafio
De acordo com a professora, esse é o maior desafio. “Para entrar no mercado de trabalho é preciso investir em autoconhecimento. Dessa forma, reconhecer as próprias qualidades e perceber os pontos a serem aperfeiçoados é fundamental”, ensina a docente. Portanto, o que vai ser um diferencial é justamente o fato de cada indivíduo querer melhorar constantemente, investindo em capacitação e confiando em si mesmo. E, para isso, o medo de ser exposto como fraude não pode existir.
Entretanto, se o autoconhecimento não for praticado de maneira correta, pode acontecer a autossabotagem, levando o indivíduo a se limitar e impedir o próprio crescimento. “É comum vermos casos em que há uma oportunidade de promoção na empresa, mas o profissional tem medo e desacredita no seu potencial, se rotulando como fraude e sendo incapaz de ocupar aquele espaço”, exemplifica a professora.
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