Rins são responsáveis pelo equilíbrio hídrico

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Cuidados podem evitar as doenças renais

Escrito por: Fernanda Ortiz

Os rins desempenham funções imprescindíveis para o bom funcionamento do organismo. Além de filtrar o sangue, removendo os resíduos tóxicos resultantes do metabolismo corporal – como ureia, creatinina e ácido úrico –, os rins são responsáveis pelo equilíbrio hídrico. Assim, eliminam o excesso de água, sais e eletrólitos do organismo.  Os rins também participam da produção de hormônios, como a eritropoetina, a vitamina D e a renina. Com a menor ingestão de água, principalmente em períodos de baixas temperaturas, o funcionamento desse importante órgão pode ser prejudicado, aumentando o risco de doenças.

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), cerca de 850 milhões de pessoas no mundo (11% da população global) são acometidas por uma doença renal decorrente de várias causas. No Brasil, a estimativa é equivalente a 10 milhões de casos. Na ausência de tratamento adequado, tais enfermidades podem evoluir para casos mais graves, levando a uma taxa crescente de mortalidade. A médica nefrologista Geovana Basso, do ambulatório de pós-transplante e preceptora da Residência em Nefrologia no Hospital do Rim e Hipertensão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destaca que é fundamental manter os cuidados com a saúde renal para a prevenção das doenças e dos agravos associados.

“A desidratação durante o outono e inverno costuma ser maior do que em outras estações. Isso ocorre porque o organismo não percebe a sensação de sede, diferentemente de dias mais quentes. Com a diminuição do consumo de água em níveis normais no organismo, podem ocorrer acúmulos de metabólitos no sangue, sobrecarregando a capacidade de filtragem dos rins”, destaca. Dados da SBN apontam que a incidência de cálculo renal, por exemplo, aumenta em média 20% nos períodos com a temperatura mais baixa. Portanto, além de beber água é importante adotar uma dieta equilibrada, praticar atividade física regular e estar atento a outras condições que podem comprometer a saúde dos rins como, por exemplo, obesidade, diabetes e tabagismo.

Outro fator que pode gerar riscos à saúde é o aumento do consumo de produtos industrializados com alto teor de sódio, como comidas prontas congeladas, sopas e macarrão instantâneos, queijos processados e temperos prontos, entre outros. “Essa é uma combinação preocupante. O sódio em excesso pode levar ao desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica, que é um fator de risco para a doença renal crônica caracterizada pela perda lenta e continuada da função renal, por provocar progressivo acúmulo de toxinas no sangue”, alerta a médica.

A incidência da doença renal crônica é mais comum em indivíduos com diabetes, hipertensão arterial, doenças autoimunes, obesidade e doenças cardiovasculares, podendo atingir todas as faixas etárias. A avaliação, o diagnóstico e o acompanhamento clínico da doença – que pode se manifestar em menor ou maior grau – deve ser realizada por equipe multidisciplinar. Se necessário, esse atendimento deve ser feito de forma integrada entre a Atenção Primária à Saúde e a Atenção Especializada.

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