A infiltração é uma solução simples e rápida para melhorar a qualidade de vida de pacientes ortopédicos e para alívio da dor em indivíduos com artrose, bursite e outras patologias que atingem a articulação do quadril. Minimamente invasivo, o procedimento é realizado com auxílio de imagem, geralmente em ambiente ambulatorial. Dessa forma, demanda centro cirúrgico apenas se houver orientação médica. As infiltrações são indicadas nos casos de artroses leves a moderadas que não respondem ao tratamento fisioterápico e medicamentoso. A infiltração no quadril pode ser realizada nos tendões, bursas ou no interior da articulação.
“Nas condições de artrose mais graves em que a prótese de quadril é necessária, não é uma indicação segura, pois pode trazer riscos”, afirma o ortopedista Marcelo Queiroz, membro da Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ) e médico assistente na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. O tipo de medicação/substância utilizada na infiltração depende do objetivo e da patologia tratada.
Geralmente, o procedimento necessita de auxílio de imagem, pois a articulação do quadril é profunda e circundada por diversos músculos, tendões e vasos sanguíneos. O procedimento pode ser diagnóstico, com uso de anestésico no local da aplicação e quando há dúvida do ponto de origem da dor, ou terapêutico, já direcionado ao local afetado.
O médico explica que o objetivo é melhorar a lubrificação e o amortecimento da articulação, assim como diminuir o processo inflamatório. No entanto, o resultado tem durabilidade variável, dependendo do grau de artrose e de características individuais da doença. “Dentre as diversas substâncias que podem ser injetadas, a mais tradicional é o corticoide em doses baixas e com pouca frequência. Além disso, temos o ácido hialurônico, uma substância que naturalmente já existe na junta do quadril, mas é degradada no processo de artrose”, detalha.
Segundo o ortopedista, pesquisas demonstram que próteses realizadas até três meses após uma infiltração têm risco maior de desenvolver uma infecção, descrita como uma complicação grave nesse tipo de procedimento. Na dúvida, a recomendação é procurar um médico ortopedista especializado em quadril para avaliação e conduta terapêutica mais adequada às queixas e necessidades individuais.