A Terapia Comportamental Dialética (DBT, do inglês dialectical behavior therapy) é um modelo terapêutico de primeira linha estruturado para atender pessoas com alta desregulação emocional, comportamentos autolesivos e condutas suicidas. Essas características são comuns em indivíduos com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), um transtorno mental caracterizado por humor, comportamentos e relacionamentos instáveis.
De acordo com a psicóloga Talita Padovan, a DBT é uma abordagem ampla e para todas as idades que pode, inclusive, colaborar com os pais que precisam lidar com comportamento autolesivo dos filhos. “O principal objetivo da DBT é que o paciente alcance suas capacidades básicas, aumente a segurança, a experiência emocional não angustiante e o autorrespeito”, enumera. Ao mesmo tempo, a terapia ajuda a reduzir o descontrole comportamental e o estresse traumático do paciente, abordando os problemas normais do cotidiano.
“Crianças e adolescentes que apresentam autolesão e ideação suicida com sintomas de problemas psiquiátricos devem ter um suporte familiar adequado, a partir de um acolhimento afetivo e sem julgamentos”, acentua. Além disso, os pais e responsáveis devem procurar ajuda profissional para iniciar o tratamento terapêutico correto na intenção de controlar os sintomas e evitar, assim, novas tentativas contra a vida.
Bullying
A psicóloga lembra que é comum na fase infantojuvenil a ocorrência de bullying nas escolas, o complexo de inferioridade, a solidão, os conflitos emocionais e familiares. Todas essas condições podem gerar problemas psiquiátricos, a exemplo de depressão e ansiedade, levando o indivíduo a manifestar comportamentos como isolamento, perda de interesse, alterações do sono e do apetite e pior desempenho escolar.
Primordialmente, a DBT vai permitir aos profissionais trabalharem a regulação emocional, efetividade interpessoal e tolerância ao mal-estar dos pacientes. De acordo com a psicóloga, a Terapia Comportamental Dialética também tem se mostrado eficaz no tratamento de outras condições, como transtorno de humor bipolar, transtorno alimentar por uso de substâncias e outras adições, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).